Em declarações à rádio pública húngara, Orbán criticou diretamente os apelos da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para que a proibição da manifestação de sábado venha a ser revogada.
“Ela [Ursula von der Leyen] trata a Hungria como um país vassalo e pensa que pode ditar aos húngaros, a partir de Bruxelas, como devemos viver (…) tal como fazia (o líder soviético Leonid) Brezhnev”, afirmou hoje o primeiro-ministro húngaro.
Entretanto, a Comissária Europeia para a Igualdade, Hadja Lahbib, é esperada hoje em Budapeste, onde vai estar presente numa conferência de imprensa com o autarca da capital.
Os organizadores da marcha do Orgulho Gay em Budapeste esperam mais de 35 mil pessoas no sábado, prevendo a maior participação desde a criação do evento na década de 1990.
Por outro lado, Orbán disse ainda que as forças policiais não vão intervir contra a marcha no sábado, mas alertou sobre as consequências legais.
“É evidente que a polícia pode dispersar este tipo de eventos, porque tem o direito de o fazer, mas a Hungria é um país civilizado”, afirmou o líder na tradicional entrevista semanal à rádio estatal.
A polícia proibiu a marcha do Orgulho Gay na semana passada, invocando a recente lei anti-LGBT+ aprovada pela maioria governamental liderada por Órban.
Mesmo assim, o presidente da Câmara Municipal de Budapeste, o ecologista Gergely Karacsony, decidiu manter o evento, argumentando que não necessitava de autorização oficial.
Órban rejeitou a posição do autarca da capital húngara.
“Os regulamentos húngaros são claros. Qualquer evento deve ser registado e autorizado pela polícia e se alguém infringir a lei podem ocorrer consequências legais”, avisou.
Os participantes na marcha podem ser alvo de multas até 500 euros.
Os organizadores ou aqueles que apelam à participação podem ser condenados a uma pena de prisão até um ano.
O chefe do Executivo Viktor Orbán tem vindo a limitar os direitos das pessoas LGBT+ em nome da “proteção das crianças”.
Em março o Governo fez aprovar legislação que proíbe todas as manifestações que abordem com menores de idade temas sobre homossexualidade e mudança de sexo.
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