“É uma vitória significativa, que realmente serve aos interesses de toda a nação islâmica e a causa palestiniana”, afirmou Al-Huthi no seu habitual discurso transmitido pela televisão, no qual fez um balanço do cessar-fogo entre Israel e o Irão, decretado na segunda-feira passada após 12 dias de guerra.
“A derrota sofrida pelo inimigo israelita, juntamente com os seus aliados criminosos – liderados pelos americanos, juntamente com os britânicos, alemães e franceses – é uma vitória para toda a nação islâmica, para todos os povos da região, para o povo palestiniano e para a causa palestiniana”, insistiu o líder do grupo pró-iraniano.
Para Al-Huthi, “a magnitude desta derrota torna-se evidente quando se comparam os objetivos com o que acabou por acontecer”.
O líder dos rebeldes iemenitas lembrou que o Presidente norte-americano, Donald Trump, “falou de uma rendição incondicional e completa, mas, no final, eles pararam a agressão incondicionalmente, sem condições, nem na questão nuclear nem em qualquer outro assunto”.
“A derrota militar do inimigo israelita é evidente, uma vez que não alcançou os seus objetivos nem destruiu o que pretendia destruir no Irão. Houve alguma destruição e algumas perdas, mas em comparação com o que o inimigo israelita aspirava, foram consideradas limitadas”, concluiu Al-Huti, em declarações em linha com o que disse hoje o líder supremo iraniano, Ali Khamenei.
O líder Huti assegurou que o “inimigo israelita não conseguiu proteger-se dos mísseis iranianos e sofreu graves perdas”.
Em seguida, questionou o que “teria acontecido se o inimigo israelita, juntamente com os americanos, tivesse alcançado o seu objetivo”, afirmando que isso “teria tido um impacto significativo na realidade da região”.
“O principal objetivo do seu ataque contra o Irão é mudar o Médio Oriente. É isso que eles procuram. Eles têm isso claro. Isto significa que irão dirigir-se a outros regimes e países”, afirmou o líder insurgente.
Por último, sobre o balanço das operações militares dos Hutis, o representante detalhou que “foram lançados 309 mísseis balísticos e hipersónicos e drones desde 15 de março” contra Israel.
“Isto está dentro do âmbito das nossas capacidades e do que é possível e viável. Estamos muito satisfeitos com a chuva de mísseis iranianos que caiu com força sobre o inimigo israelita, infligindo uma destruição maciça. Isto é o resultado de anos de preparação”, salientou.
Quanto ao Mar Vermelho, o líder rebelde afirmou que continua “na íntegra” o “encerramento à navegação israelita” e que o porto de Eilat (o único porto israelita na zona) também “permanece fechado permanentemente”.
Os rebeldes Hutis do Iémen integram o chamado “eixo de resistência” contra Israel liderado pelo Irão, de que fazem parte outros grupos extremistas da região como o libanês Hezbollah, o palestiniano Hamas e a Jihad Islâmica.
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