O iate do magnata britânico Mike Lynch foi içado à superfície, na sexta-feira, 10 meses depois do naufrágio que vitimou o ‘Bill Gates britânico’ e outras seis pessoas, a 19 de agosto do ano passado, ao largo da Sicília, em Itália.
A fase final da operação de resgate do ‘Bayesian’ deverá ocorrer este sábado, de acordo com a empresa TMC Marine, que está a cargo do trabalho, noticiou a agência Reuters.
“O progresso acelerado dos trabalhos de resgate ao largo da costa do norte da Sicília significa que todos os preparativos estão agora a ser concluídos, antes do delicado processo de içamento”, detalhou a entidade, em comunicado.
O iate, que estava a 50 metros de profundidade, foi lentamente içado do fundo do mar, ao longo de três dias. A operação tornou-se mais fácil depois de o mastro de 72 metros ter sido removido, com recurso a uma ferramenta de corte controlada à distância, e deixado no oceano, na terça-feira.
A embarcação será, na segunda-feira, levada para o porto de Termini Imerese, onde deverá ser examinada, para apurar as causas do naufrágio, noticiou o The Guardian.
O mesmo meio detalhou que um exame forense do casco procurará determinar se uma das escotilhas ficou aberta e se a quilha foi incorretamente levantada.
Saliente-se que a operação foi interrompida em meados de maio, na sequência da morte do mergulhador Rob Cornelis Maria Huijben, de 39 anos, durante os trabalhos subaquáticos.
Mike Lynch, apelidado de ‘Bill Gates britânico’, festejava neste cruzeiro com amigos, sócios e advogados a sua absolvição, em junho passado, num processo de fraude nos Estados Unidos, quando um minitornado atingiu o ‘Bayesian’, ancorado ao largo de Porticello, no norte da Sicília, durante uma forte tempestade.
Além do magnata, de 59 anos, e da sua filha Hannah, de 18 anos, morreram no naufrágio o presidente da Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, a sua mulher, Anne Elizabeth Judith Bloomer, um advogado de Lynch, Chris Morvillo, e a sua mulher, Nada Morvillo, assim como um membro da tripulação, Ricardo Thomas, que trabalhava como cozinheiro a bordo. Houve 15 sobreviventes.
Recorde-se que, depois de terem colocado o capitão do iate, James Cutfield, sob investigação por suspeita de negligência e homicídio involuntário múltiplo, os procuradores da localidade siciliana de Termini Imerese decidiram também colocar sob investigação o engenheiro naval Tim Parker Eaton e o marinheiro Matthew Griffiths.
Considerado “inafundável”, o iate de luxo foi a única embarcação a naufragar na zona, contribuindo para as suspeitas das autoridades italianas de que houve negligência.
No mês passado, o Marine Accident Investigation Branch do Reino Unido publicou um relatório preliminar de segurança, no qual equacionou que o ‘Bayesian’ pode ter sido exposto a ventos fortes quando operava com o motor e que estas “vulnerabilidades” eram “desconhecidas quer pelo proprietário, quer pela tripulação”, uma vez que não constavam do livro de informações sobre estabilidade transportado a bordo.
Veja as imagens desta fase da operação na galeria acima.
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