Entre janeiro de 2023 e maio de 2024, a fraude bilionária nos descontos associativos aplicados a aposentados do INSS drenou recursos e travou o sistema. A Polícia Federal e a CGU apontam que a autarquia recebeu 1,9 milhão de pedidos de exclusão de mensalidades não autorizadas, o que consumiu 16,6% da capacidade de análise de benefícios. Resultado: uma fila de quase dois milhões de segurados aguardando aposentadoria, enquanto entidades privadas lucravam com respaldo institucional.
O prejuízo direto ao INSS ultrapassa R$ 5,9 milhões. A autarquia previa o ressarcimento de R$ 0,10 por operação, mas reteve apenas R$ 8,9 milhões dos R$ 14,9 milhões necessários. O esquema envolveu pagamentos a familiares de dirigentes, como André Fidelis e Virgílio Oliveira Filho, afastados após decisão judicial. Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS, também foi exonerado.
Mesmo diante do escândalo, o ministro Carlos Lupi segue intocado. A blindagem escancarada, somada à omissão prolongada do TCU, revela um pacto de conveniência política que despreza o sofrimento de quem depende da Previdência para sobreviver. Lula, que prometeu “zerar a fila”, optou por calar diante do caos.