“É vergonhoso, desprezível e irresponsável que o secretário-geral da NATO felicite um ato de agressão criminosa ‘verdadeiramente extraordinário’ contra um Estado soberano”, considerou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqaei, numa mensagem no X.
A posição de Teerão surge em reação a declarações feitas hoje de manhã por Mark Rutte, que voltou a elogiar a intervenção dos Estados Unidos contra o Irão.
À chegada à sede da cimeira da Aliança Atlântica, que termina hoje em Haia, Rutte afirmou: “As catorze enormes bombas lançadas sobre as instalações nucleares do Irão, creio que foram cruciais para fazer realmente tudo o que era possível para acabar com a capacidade nuclear dos iranianos, que a NATO sempre disse que o Irão não deve ter nas suas mãos”.
Sobre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Rutte disse: “Só quero reconhecer a sua ação decisiva sobre o Irão. É um homem forte, mas também um homem de paz”, elogiando o líder norte-americano por ter conseguido um cessar-fogo entre Israel e o Irão.
Questionado por jornalistas sobre se reconsiderava os elogios que teceu a Trump por essa ação militar, Rutte rejeitou: “De forma alguma”, disse.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano lamentou estas declarações e afirmou que “quem apoia uma injustiça carece de integridade” e «”quem apoia um crime é considerado cúmplice”.
Israel lançou uma ofensiva contra o Irão no passado dia 13 de junho, que justificou com avanços no programa nuclear da República Islâmica e à ameaça que, segundo o Governo israelita, representava a capacidade iraniana de fabricar mísseis balísticos.
As tensões aumentaram ainda mais na região quando os Estados Unidos bombardearam três instalações-chave do programa nuclear iraniano no domingo passado, e o Irão respondeu na segunda-feira com um ataque contra bases militares americanas no Qatar e no Iraque, que tinham sido evacuadas previamente.
No entanto, na mesma noite de segunda-feira, Trump propôs um cessar-fogo que foi aceito tanto pelo Irão quanto por Israel.
A trégua entrou em vigor na terça-feira de manhã e, na mesma noite, o Governo israelita de Benjamin Netanyahu declarou o fim do estado de emergência, permitindo que o país voltasse ao normal.
Os ataques trocados entre Israel e o Irão durante os 12 dias de guerra causaram pelo menos 610 mortos no Irão e 28 em Israel, segundo dados oficiais.
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