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Kyiv reivindica destruição de posto de comando russo em Donetsk

O Estado-Maior das FDU adiantou em comunicado, citado pela agência ucraniana Ukrinform, que o ataque ao comando do 8º Exército de Armas Combinadas foi desencadeado na segunda-feira e foi “bem-sucedido”, estando agora a ser verificadas as perdas inimigas.

 

“Este ataque de alta precisão prejudicou significativamente a capacidade do inimigo para planear e executar operações nos eixos de Pokrovsk e Toretsk”, adiantaram as FDU, citadas pela agência ucraniana.

 Também hoje, as FDU deram conta de outra missão bem-sucedida para bloqueio das rotas de abastecimento russas no território ocupado da região de Zaporijia.

No seu balanço diário, as FDU indicam que registaram-se na segunda-feira 146 confrontos com os invasores russos, tendo a maioria dos combates ocorrido na direção de Pokrovsk.

Na direção de Pokrovsk, as forças ucranianas interromperam 41 ataques russos, adiantou o Estado Maior de Kyiv.

As FDU reivindicam ainda ter repelido dezenas de ataques russos nas direções norte de Slobozhansky e Kursk, de Slobozhanskyi para sul, e ainda na direção de Kupiansk,  Lyman, Siversk, Kramatorsk, Toretsk.

Segundo a mesma fonte, o exército russo lançou um ataque com mísseis contra posições de unidades ucranianas e áreas povoadas, utilizando quatro mísseis, além de 51 ataques aéreos, usando 79 bombas guiadas.  

Os russos realizaram 5.304 bombardeamentos, incluindo 107 com sistemas de lançamento múltiplo de ‘rockets’, e utilizaram 3.776 ‘drones’ kamikaze, adiantaram as FDU.

Estes ataques aéreos concentraram-se nas regiões de Donetsk e Zaporijia.  

Do lado ucraniano, a Força Aérea, as forças de mísseis e a artilharia visaram 12 áreas onde se concentrava pessoal, armamento e equipamento militar, um posto de comando e dois sistemas de artilharia inimigos.

O exército russo fez em junho os maiores avanços em território ucraniano desde novembro e acelerou o avanço pelo terceiro mês consecutivo, segundo dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW).

As tropas de Moscovo ocuparam 588 quilómetros quadrados (km2) do território ucraniano em junho, após 507 km2 em maio, 379 km2 em abril e 240 km2 em março.

Durante o inverno, tinham abrandado o ritmo, segundo os dados do instituto norte-americano analisados pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Dois terços dos avanços da Rússia no último mês concentraram-se na região de Donetsk (leste), que tem sido o principal teatro de confrontos entre russos e ucranianos nos últimos dois anos.

O exército russo controla atualmente, total ou parcialmente, três quartos da região, contra 61% no mesmo período de 2024.  

Em 08 de junho, o exército russo anunciou que estava a atacar a região de Dnipropetrovsk (centro-leste), o que aconteceu pela primeira vez desde o início da guerra.

Os ganhos russos em Dnipropetrovsk são atualmente de apenas oito quilómetros quadrados.

A Ucrânia negou que as forças de Moscovo tivessem penetrado na região de Dnipropetrovsk.

Os russos também aumentaram o controlo na região de Sumy, no norte da Ucrânia.

Completamente ausentes de Sumy desde abril de 2022 e da reafetação para o leste da frente, as tropas de Moscovo voltaram a avançar na primavera, retomando quase 320 km2 desde o início de 2025, incluindo 130 km2 no último mês.

No final de junho, a Rússia exercia um controlo total ou parcial sobre quase 19% do território ucraniano.

Desde o início da guerra, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões ucranianas.

A guerra já causou dezenas de milhares de mortos civis e militares de ambos os lados, segundo a AFP.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

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