O Institito Médico Legal (IML) divulgou nesta segunda-feira, 25, o laudo cadavérico que indica que a esteticista Cláudia Pollyanne Farias de Sant Anna, de 41 anos, que morreu em uma clínica de reabilitação em Marechal Deodoro, sofreu agressões e intoxicação medicamentosa.
O exame, realizado pelo perito médico-legista Lucas Emanuel, indicou múltiplas lesões externas distribuídas por diferentes regiões do corpo e em estágios evolutivos variados. As marcas mais recentes estavam localizadas na face, com destaque para uma extensa equimose no olho direito (presença de acúmulo de sangue devido à ruptura de vasos sanguíneos), compatível com impacto causado por instrumento contundente.
A Polícia Científica informou que as lesões antigas, no abdome e na coxa esquerda, sugerem a ocorrência de agressões físicas reiteradas ao longo do tempo.
Também foram constatados sinais de traumatismo crânio-encefálico que, embora não apresentassem potencial letal imediato, podem ter contribuído significativamente para o desfecho fatal.
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“A presença de petéquias [manchas vermelhas ou roxas] disseminadas nas mucosas traqueal, pulmonares e cardíacas, associadas a intensa congestão pulmonar, indicam forte compatibilidade com quadro asfíxico e hipóxico, culminando em insuficiência respiratória como mecanismo terminal da morte”, explicou o perito médico legista.
Durante a necropsia, foram coletadas amostras de sangue, humor vítreo (é um gel transparente que preenche a cavidade posterior do olho) e conteúdo estomacal para análise toxicológica.
O laudo do Instituto de Criminalística apontou a presença de múltiplos medicamentos pertencentes a diferentes classes — incluindo antidepressivos, antiepilépticos, antipsicóticos, benzodiazepínicos e anti-histamínicos — muitos dos quais com efeito sedativo significativo.
“Diante dos achados, o laudo pericial conclui que a causa terminal do óbito foi insuficiência respiratória aguda, com participação contributiva de traumatismos cranianos e intoxicação medicamentosa, no contexto de episódios reiterados de violência”, afirmou Lucas Emanuel.
Mas, o perito médico legista ressalta, contudo, que a determinação precisa da dinâmica dos fatos e da sequência cronológica dos eventos dependerá do prosseguimento das investigações conduzidas pelas autoridades competentes.
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