Num comunicado divulgado pela agência de notícias oficial palestiniana WAFA, Abbas enfatizou que “este passo constitui uma vitória para os direitos palestinianos e reflete o compromisso de França em apoiar o povo palestiniano, os seus direitos inalienáveis e legítimos à sua terra e pátria e o seu compromisso com a legitimidade e com o direito internacional”.
Para o líder palestiniano, “a decisão da França representa uma contribuição dos países que acreditam na solução de dois Estados como uma opção que representa a vontade e a legitimidade internacionais e para salvar esta solução, que está a ser sistematicamente destruída pelas políticas israelitas, particularmente através da guerra genocida em curso na Faixa de Gaza”.
O vice-presidente da Autoridade Palestiniana, Hussein al-Sheikh, agradeceu na quinta-feira a Macron por um anúncio que reflete o de outros países ocidentais que tomaram esta medida recentemente, como a Espanha.
Al-Sheikh afirmou que a decisão “reflete o compromisso da França com o direito internacional e o seu apoio ao direito do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento do seu Estado independente”.
“Expressamos a nossa gratidão e apreço a Vossa Excelência (…) pela sua carta dirigida ao Presidente Mahmud Abbas, na qual reafirmou a firme posição da França e confirmou a intenção do seu país de reconhecer o Estado da Palestina em setembro”, afirmou Al-Sheikh.
O Vice-Presidente palestiniano demonstrou ainda a sua gratidão à Arábia Saudita pelos seus “importantes esforços empreendidos em conjunto com a França para reconhecer o Estado da Palestina”.
Por seu lado, o grupo islamita Hamas considerou “a importante posição francesa como um avanço político que reflete a crescente convicção internacional na justiça da causa palestiniana e o fracasso da ocupação [Israel] em distorcer os factos ou obstruir a vontade dos povos livres”.
Nesse sentido, o Hamas apelou a “todos os países do mundo”, mas especialmente aos países europeus e aos que ainda não reconhecem o Estado palestiniano, “que sigam o exemplo da França e reconheçam plenamente os direitos nacionais” do povo palestiniano, assim como o direito de retorno e de autodeterminação, segundo o jornal Filastin, próximo do grupo.
No entanto, o Hamas realçou que estas medidas “representam pressão política e moral sobre a ocupação sionista, que continua os seus crimes, agressões e guerra de genocídio e fome” contra os palestinianos na Faixa de Gaza, assim como “a sua ocupação e expansão de colonatos” na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Macron tinha planeado reconhecer o Estado da Palestina durante a cimeira internacional copatrocinada por Paris e Riade, que estava prevista para meados de junho na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, para promover a solução de dois Estados. No entanto, a reunião foi suspensa por razões “logísticas e de segurança” devido à troca de ataques entre Israel e o Irão.
Com esta decisão, as autoridades francesas seguem o exemplo da Espanha, Irlanda e Noruega, que reconheceram a Palestina em 28 de maio de 2024, numa iniciativa simultânea que foi criticada por Israel.
O Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, convocou os embaixadores nos três países europeus para consultas.
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