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Lula afunda na impopularidade e perde reduto histórico de apoio

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta seu pior momento, segundo análise do economista argentino Juan Pablo Spinetto, publicada pela Bloomberg. A queda de popularidade do petista reflete o descontentamento da classe trabalhadora e a perda de apoio no Nordeste, região que historicamente o sustentou nas urnas. A pesquisa do Datafolha mostra que a aprovação de Lula despencou de 35% em dezembro para 24% em fevereiro, seu menor índice no terceiro mandato. O cenário de crise se deve ao aumento do custo de vida, à falta de medidas econômicas eficazes e à incapacidade do governo de se conectar com as novas demandas da população.

Em resposta ao derretimento de sua popularidade, Lula intensificou campanhas publicitárias e reformulou a comunicação governamental, sem sucesso. Em uma tentativa de conter a inflação dos alimentos, anunciou isenção do imposto de importação sobre produtos essenciais, mas a medida foi criticada por setores produtivos, que defendem o fortalecimento da indústria nacional. Além disso, o governo enfrenta um novo escândalo com o programa “Pé-de-Meia”, após o Tribunal de Contas da União bloquear R$ 6 bilhões por irregularidades, gerando acusações de crime de responsabilidade e comparações com o impeachment de Dilma Rousseff.

A crise se estende ao cenário internacional, onde Lula coleciona atritos e desgaste diplomático. Suas declarações contra Donald Trump evidenciam um isolamento político crescente, enquanto seu embate com a imprensa reforça a dificuldade de lidar com críticas. “Ouça Lula hoje e ele parece preso em 2007”, ironiza Spinetto, destacando que o petista perdeu o brilho do passado. O Brasil enfrenta um governo que se mostra incapaz de entregar resultados concretos, enquanto a insatisfação popular só cresce.

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