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Lula barra cordão de girassol e inviabiliza apoio básico a autistas

Lula vetou por completo o projeto que obrigaria o SUS a distribuir o cordão de girassol, símbolo reconhecido mundialmente para identificar deficiências ocultas como autismo, TDAH, ansiedade e epilepsia. A justificativa oficial aponta violação à Lei de Responsabilidade Fiscal por ausência de fonte de custeio, argumento que contrasta com gastos ampliados em áreas muito menos prioritárias. A medida prejudica famílias que dependem de identificação rápida para garantir atendimento digno.

O veto seguiu recomendações dos ministérios da Fazenda e da Saúde, que alegaram criação de despesa obrigatória sem previsão orçamentária. A proposta, aprovada no Senado com parecer favorável de Plínio Valério e originada pelo deputado Capitão Alberto Neto, havia avançado sem oposição técnica nas comissões. Trata-se de um item simples, barato e amplamente adotado em diversos países — justamente por oferecer inclusão prática, não discurso.

A decisão agora retorna ao Congresso, que poderá derrubar o veto com maioria absoluta. A recusa presidencial expõe mais uma contradição entre a retórica de proteção às minorias e a postura administrativa que bloqueia soluções concretas. Para milhares de famílias, o gesto simboliza a distância entre o governo e a realidade de quem enfrenta deficiências invisíveis no dia a dia.

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