“A França apela a um cessar-fogo o mais rapidamente possível e ao levantamento do bloqueio humanitário. O escândalo, a coisa inaceitável que está a acontecer agora em Gaza é isso”, disse Macron numa conferência de imprensa no final do primeiro dia da terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3), em Nice.
A França está “vigilante” e “apoia todos os seus cidadãos quando estes se encontram em perigo”, acrescentou, em reação ao apresamento pelas autoridades israelitas de um barco que transportava ativistas pró-palestinianos, incluindo seis cidadãos franceses.
De acordo com Macron, a França “transmitiu todas as mensagens” a Israel para assegurar que “a proteção” destes ativistas “está garantida” e que “podem regressar a solo francês”.
A organização Flotilha da Liberdade organizou uma viagem a bordo da embarcação “Madleen”, que procurava furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde março, antes de os militares israelitas quebrarem o cessar-fogo que vigorava com o grupo islamita palestiniano Hamas.
Ao início da noite de hoje, o veleiro “Madleen” chegou a um porto em Israel, após ter sido apreendido por militares israelitas de manhã quando tentava chegar à Faixa de Gaza com ajuda humanitária e 12 ativistas pró-palestinianos a bordo.
Escoltado por dois navios da Marinha israelita, o veleiro chegou ao porto de Ashdod ao anoitecer, por volta das 20:45 locais (18:45 em Lisboa), segundo a agência France-Presse (AFP).
Entre os tripulantes estavam a eurodeputada Rima Hassan e a ativista climática sueca Greta Thunberg.
O “Madleen” procurava furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde março, antes de os militares israelitas quebrarem o cessar-fogo que vigorava com o grupo islamita palestiniano Hamas.
Desde o fim do cessar-fogo, Israel intensificou as suas operações no território palestiniano, cuja quase totalidade da população ficou sob risco de fome, de acordo com a ONU.
O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou quase 55 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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