“Antes da Marcha do Orgulho LGBTQ+ de Istambul de hoje, quatro dos nossos colegas, incluindo membros do nosso Centro de Direitos Humanos designados como observadores pela Ordem dos Advogados de Istambul, bem como mais de 50 pessoas, foram privados da liberdade através de detenção arbitrária, injusta e ilegal”, informou o Centro de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Istambul na rede social X.
Antes, a polícia deteve manifestantes perto do bairro central de Ortaköy, observaram jornalistas da agência France Presse.
As autoridades proibiram o evento, como fazem todos os anos desde 2015, criticando os apelos para protestos de “grupos marginais”.
“Estes apelos, que minam a paz social, a estrutura familiar e os valores morais, são proibidos. Nenhuma reunião ou marcha que ameace a ordem pública será tolerada”, alertou o governador de Istambul, Davut Gül, no sábado, também na rede X.
A Praça Taksim, outrora um foco de protestos contra o Governo islamista-conservador, foi isolada na madrugada de domingo.
“Não desistimos, viemos, acreditamos, estamos aqui”, gritava uma manifestante enquanto ela e uma dúzia de outras pessoas corriam para evitar a detenção, mostra um vídeo publicado no X pela Queer Feminist Academics.
A homossexualidade não é criminalizada na Turquia, mas a homofobia está generalizada, com o Presidente, Recep Tayyip Erdogan, a designar regularmente as pessoas LGBTQ+ de “pervertidas” e de ameaças à família tradicional.
Até 2014, dezenas de milhares de pessoas LGBTQ+ marcharam anualmente em Istambul, a maior cidade turca, apesar do Governo islamista-conservador estar no poder desde 2002.
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