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Mais de meia centena de menores marroquinos chegam sozinhos a nado a Ceuta

De acordo com fontes da Guarda Civil espanhola, foram hoje mobilizadas patrulhas ao longo dos troços costeiros mais vulneráveis da fronteira sul de Ceuta para conter as tentativas dos menores de chegar à cidade espanhola.

 

As fortes ondas e as condições adversas não impediram os menores imigrantes não acompanhados de tentarem chegar à cidade a nado, obrigando as autoridades a realizar vários resgates de crianças e adultos.

O Ministério da Presidência e do Interior espanhol também contactou a Polícia local para tentar localizar outros menores que possam ter conseguido entrar ilegalmente e ainda não tenham sido registados.

De acordo com fontes oficiais, os recém-chegados juntam-se aos 460 menores que já estão sob os cuidados da administração, no limite da capacidade.

Os menores foram entregues às unidades de proteção da cidade autónoma espanhola, que já acolhe mais de 500 menores, apesar de ter apenas 132 vagas disponíveis.

Face a este novo aumento de imigrantes, o governo de Ceuta solicitou novamente a intervenção urgente do Governo central.

“Não queremos causar alarme, mas queremos transmitir que este é um momento crítico. É uma questão de Estado. Não nos deixem sozinhos”, pediu o governo local, temendo que a situação se agrave durante agosto, altura em que este tipo de chegadas costuma aumentar, indicou a agência de notícias EFE.

Para o governo local, o que aconteceu esta sexta-feira poderá repetir-se nas próximas semanas, uma vez que no ano passado mais de 300 menores fizeram a travessia a nado em agosto, provocando um colapso nos recursos de acolhimento, cujas consequências ainda persistem.

O governo de Ceuta está atento a 28 de agosto, data anunciada pelo Ministra da Juventude e Infância espanhola, Sira Rego, como o início do processo de reafetação de 4.400 menores de Ceuta e das Canárias para outras comunidades autónomas espanholas.

No entanto, fontes familiarizadas com o processo alertaram que as transferências podem ser lentas e em número limitado, o que colocará em causa a eficácia.

O governo ceutense sublinhou a dificuldade de prestar cuidados adequados às crianças que chegam exaustas depois de passarem horas no mar, e a necessidade de apoio psicológico para muitas delas, antes de qualquer transferência.

As mesmas fontes alertaram que, com o fluxo constante de chegadas, se as transferências não forem realizadas de forma rápida e dinâmica, a recente reforma da lei da imigração terá um impacto limitado.

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