Enquanto o Governo da Bahia investe pesado na saúde da mulher, garantindo 51 MIL atendimentos, mutirões de cirurgias e novas maternidades, a Prefeitura de Salvador… bem, resolveu abrir um stand no shopping. Sim, porque nada como um batonzinho e uma massagem pra resolver a fila de espera por exames, né?
Enquanto o Estado financia 1.400 cirurgias de redução mamária (R$ 10,8 milhões investidos, tá?), Salvador segue no universo paralelo das ações “temáticas”. Teste de glicemia? Ótimo. Mas e as consultas especializadas? E os atendimentos contínuos? A resposta: “vem fazer um check-up no evento do mês que vem” – e se perder, azar o seu.
E as gestantes? O Governo já entregou um novo Centro de Parto Normal em Serrinha e está construindo maternidades regionais. Salvador? Nem maternidade municipal tem! Mas relaxa, porque se precisar parir na fila, a prefeitura oferece um cartaz motivacional de campanha.
O Governo faz a parte dele, ampliando o SUS, garantindo mais acesso, descentralizando atendimentos. Enquanto isso, a gestão municipal aposta no combo: mídia, foto e evento. Porque política pública de verdade dá trabalho, né? Melhor um post bonito no Instagram do que resolver os problemas reais das mulheres.
A pergunta que fica: vocês querem saúde ou um brinde promocional? Porque do jeito que está, Salvador acha que resolver a saúde da mulher é questão de marketing, não de investimento. E enquanto a maquiagem sai com água, o descaso da prefeitura continua estampado na realidade.
Marília Zotareli é médica pediatra, especialista em saúde pública e mãe neurodivergente. Com experiência na gestão hospitalar e na formulação de políticas de cuidado, esta coluna trará reflexões sobre desafios e soluções para um sistema de gestão pública mais acessível e eficiente.
