Agro

Microrganismos ajudam no reflorestamento e enfrentam crise climática

Uma solução natural para restaurar florestas degradadas

Pesquisadores do Paraná estão desenvolvendo uma alternativa inovadora para tornar o reflorestamento mais eficiente, resiliente e adaptado às mudanças climáticas. O projeto NAPI Biodiversidade Ristore estuda o uso de microrganismos, como fungos e bactérias, na formação de mudas mais fortes, capazes de resistir melhor à seca e a outros estresses ambientais.

Coordenado por Jesiane Stefania da Silva Batista, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o projeto já avança em três níveis de pesquisa: laboratório, viveiro e campo. Os testes envolvem mais de 2 mil microrganismos analisados, muitos deles com resultados positivos no desenvolvimento de espécies florestais nativas.


Projeto paranaense tem apoio internacional e foco em bioinsumos

Inovação com base na natureza

Financiado pela Fundação Araucária, o NAPI é uma iniciativa pública que reúne universidades do Paraná e instituições internacionais como a Universidade de Munique (Alemanha) e a Universidade de Marselha (França). O foco é desenvolver soluções baseadas na natureza, conceito que se destaca nas políticas de restauração ecológica global.

Jesiane explica que a tecnologia é inspirada no uso de bioinsumos na agricultura, já comuns em culturas como soja e milho, e agora adaptados para a restauração florestal. O objetivo é fazer com que bactérias e fungos ajudem as plantas a adquirir nutrientes e suportar estresses bióticos e abióticos, como a seca prolongada.


Como funciona o processo: da seleção ao campo

Três etapas de pesquisa

O estudo é dividido em três fases principais:

  1. Laboratório: seleção e testes iniciais de microrganismos com potencial promissor.
  2. Viveiro e casa de vegetação: aplicação em condições controladas para medir o desempenho das mudas.
  3. Campo: testes em áreas abertas com clima real, como na região de Ponta Grossa (PR).

Entre os resultados já observados, destacam-se:

  • Maior altura das mudas
  • Aumento do diâmetro do caule (coleto)
  • Desenvolvimento mais robusto do sistema radicular
  • Melhoria na tolerância ao estresse hídrico
  • Maior taxa de sobrevivência no campo

Próximos passos: levar a tecnologia a quem planta

A meta atual do NAPI Biodiversidade é transformar a ciência em ação prática. “Não queremos que a tecnologia fique só no artigo. Nosso objetivo é que ela chegue a ONGs, viveiristas, empresas e projetos de restauração, para ajudar de fato quem está na ponta”, afirma Jesiane.

O projeto busca parceiros e stakeholders que queiram aplicar a tecnologia em áreas degradadas, ampliando o impacto positivo no campo e contribuindo para metas nacionais e internacionais de restauração ambiental.


Por que isso importa para o agronegócio sustentável?

A restauração florestal não é apenas uma pauta ambiental. Ela é estratégica para o agro que quer proteger seus recursos hídricos, reduzir riscos climáticos e agregar valor socioambiental à produção. Com tecnologias como essa, baseadas em biotecnologia e biodiversidade, é possível acelerar o reflorestamento e ainda fortalecer o protagonismo do Brasil no cenário ambiental global.

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