A polícia tinha anunciado que 48 agentes ficaram feridos e 22 manifestantes procuraram ajuda médica, enquanto, das 77 pessoas detidas, 38 permaneceram hoje sob custódia, a maioria delas enfrentando acusações criminais, disse o ministro do Interior Ivica Dacic.
O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, anunciou hoje mais nove detenções numa conferência de imprensa, acusando os organizadores da manifestação de incitarem à violência e a ataques contra a polícia e apelando à instauração de processos judiciais.
Criticou igualmente “os terroristas e aqueles que tentaram derrubar o Estado”, destacando o reitor da Universidade de Belgrado, Vladan Djokic, que se encontrava entre os manifestantes.
“Haverá mais detenções”, disse Vucic, acrescentando que “a identificação de todos os indivíduos está em curso”.
A manifestação reuniu cerca de 140.000 pessoas, segundo um organismo independente, enquanto as autoridades estimam que foram 36.000.
Os protestos antigovernamentais começaram depois da queda de uma cobertura de uma estação ferroviária renovada em novembro, matando 16 pessoas.
Muitas pessoas na Sérvia atribuíram a tragédia na cidade de Novi Sad, no norte do país, à negligência dos projectos de infra-estruturas do Estado, alimentada pela corrupção.
Vucic rejeitou repetidamente a exigência dos estudantes de uma votação imediata em vez das eleições regulares previstas para 2027.
“Eles quiseram conscientemente provocar um derramamento de sangue. O momento de prestar contas está a chegar”, ameaçou.
Os manifestantes colocaram cercas de metal e contentores de lixo em vários locais da capital Belgrado, bloqueando também uma ponte importante sobre o rio Sava.
Os meios de comunicação social sérvios afirmaram que foram organizados bloqueios semelhantes em cidades mais pequenas do país dos Balcãs.
Nas ruas exigiu-se que as autoridades libertassem dezenas de estudantes universitários e outros manifestantes que foram presos no sábado por terem atacado a polícia ou por alegadamente terem conspirado para derrubar o Governo na manifestação em Belgrado.
Os manifestantes também declararam o atual Governo populista “ilegítimo” e responsabilizaram-no por qualquer violência.
Os confrontos com a polícia de choque eclodiram após o fim da parte oficial da manifestação. A polícia utilizou gás pimenta, bastões e escudos, enquanto os manifestantes atiravam pedras, garrafas e outros objetos.
Antes da grande manifestação de sábado, os organizadores tinham lançado um “ultimato” ao chefe de Estado, pedindo-lhe que anunciasse medidas para melhorar a situação no país.
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