Após afirmar que não submeteria ao plenário a cassação do mandato de Carla Zambelli (PL-SP), o presidente da Câmara, Hugo Motta, voltou atrás nesta terça-feira (10). Ele garantiu que seguirá o rito regimental e notificará a deputada para que apresente defesa. A decisão, segundo ele, caberá ao conjunto dos parlamentares, como prevê o regimento interno da Casa.
Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão de sistemas do CNJ. A deputada, que solicitou licença de 127 dias, está foragida e teve o nome incluído na lista da Interpol. Sua cassação depende de 257 votos favoráveis no plenário. A mudança de postura de Motta ocorre após forte cobrança de colegas que exigiram respeito à soberania do Legislativo.
“Não aceite que um deputado seja cassado sem o aval desta Casa!”, protestou André Fernandes (PL-CE). Já Motta admitiu “precipitação” ao comentar o caso e justificou: “Só fui notificado sobre o bloqueio dos vencimentos, não sobre a prisão”.