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“Não se preocupem tanto” com os EUA e invistam, apela Mark Rutte

 

 

“A minha mensagem para os meus colegas europeus é: deixem de se preocupar tanto [com os EUA]. Comecem a certificar-se de que fazem planos de investimento, que põem a base industrial a funcionar e que o apoio à Ucrânia se mantém a um nível elevado. É nisto que devem trabalhar. E parem de andar por aí preocupados com os EUA. Eles estão connosco”, assegurou Mark Rutte, no primeiro dia da cimeira da NATO, que decorre na cidade de Haia, nos Países Baixos.

O líder da Aliança Atlântica falava num fórum público, evento organizado pela NATO e o governo dos Países Baixos no âmbito da cimeira, altura em que foi questionado sobre como avalia a fiabilidade dos Estados Unidos como aliado, país que tem pressionado os europeus e canadianos a aumentar os seus orçamentos militares.

Rutte garantiu que os EUA estão totalmente comprometidos com a Aliança Atlântica mas avisou que esse empenho “vem acompanhado de uma expectativa” — a dos europeus e canadianos investirem mais em Defesa.

Quanto a manter a Ucrânia como prioridade com a atual situação no Médio Oriente, o ex-primeiro-ministro holandês respondeu que se os líderes políticos não forem capazes de lidar com duas situações ao mesmo tempo “deveriam deixar o negócio da política e das Forças Armadas”.

“Não me parece que seja pedir muito. E, já agora, nós conseguimos. E as provas estão à vista: neste momento, os europeus e canadianos prometeram para este ano 35 mil milhões em apoio militar à Ucrânia. No ano passado, foram pouco mais de 50 mil milhões para o ano inteiro. Agora, antes de chegarmos a meio do ano, já são 35 mil milhões. E há mesmo quem diga que já está perto dos 40 mil milhões”, realçou.

Rutte garantiu que “o apoio à Ucrânia continua a um nível ainda mais elevado do que no ano passado”. No que se refere à paz, não posso prever quando é que ela vai acontecer.

O secretário-geral da NATO voltou a alertar para a “ameaça da Rússia” e pediu que o investimento na indústria seja feito o mais rápido possível.

A cimeira da NATO arrancou hoje e termina na quarta-feira, num encontro no qual os aliados devem acordar em atingir os 5% do PIB em Defesa – 3,5% para “gastos puros” com Defesa (Forças Armadas, equipamento e treino) e 1,5% em investimentos como infraestruturas e indústria – numa altura de alta tensão no Médio Oriente.

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