O Plano Safra 2025/26 da Agricultura Empresarial anunciado nesta terça-feira (1) trouxe, entre as novidades, o fato de o atendimento às recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) ser obrigatório aos produtores que buscam crédito rural de custeio agrícola.
Anteriormente, a medida era restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Porém, a exigência agora se estende a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) não é exigido.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições. A única exceção se dá em casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada.
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Para o coordenador do Observatório de Seguro Rural da FGV Agro, Pedro Loyola, a medida é positiva. “Agora, o produtor também será avaliado, por meio do Zarc, pelo manejo que ele faz da cultura, a forma como combate doenças e pragas, o uso de sementes certificadas, o tipo de solo em que cultuva e também a tecnologia que emprega.”
Segundo ele, a nova abordagem tende a trazer eficiência ao ecossistema do seguro rural, beneficiando quem adota boas práticas. “Hoje, o seguro se baseia muito em dados do IBGE, de produtividade do município, mas muitos produtores têm níveis tecnológicos maiores e, no futuro, vão ser beneficiados com seguro mais barato, acesso a crédito facilitado e com taxas diferenciadas”, contextualiza.
“O Zoneamento Agrícola de Risco Climático, de nível de manejo, é o futuro da gestão de riscos porque facilita a vida do banco, das seguradoras e daquele produtor que tem um alto nível de tecnologia”, completa.
Perda de crédito
Para Loyola, o produtor terá de redobrar a atenção na hora de semear no período adequado a sua região e cultura. “O produtor que não cumprir com essa normativa poderá até perder o acesso ao crédito.”
Em relação ao seguro, o descumprimento dessa nova exigência para obtenção de créditos acima de R$ 200 mil leva à perda de subvenção, com o produtor perdendo o direito à indenização. “É algo que se precisa ficar atento, mas é uma medida muito positiva do plano agrícola na área de gestão de riscos”, considera.
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