“Nunca, jamais, de forma alguma, faremos parte dos Estados Unidos”, assegurou Carney, respondendo às repetidas insinuações de Trump sobre a possibilidade de tornar o Canadá o 51.º estado dos EUA.
“A América não é o Canadá. (…) Somos fundamentalmente um país muito diferente”, explicou o novo chefe de Governo, acrescentando, contudo, que respeita os Estados Unidos e que procurará formas de trabalhar com Trump.
Carney disse que está pronto para se reunir com o líder dos Estados Unidos se este mostrar respeito pela soberania canadiana.
O primeiro-ministro do Canadá informou que não planeia visitar Washington nos próximos tempos, mas confirmou que espera ter uma conversa telefónica com Trump em breve.
“O Presidente [Trump] é um empresário e negociador de sucesso. Somos o seu maior cliente em muitos setores. Os clientes esperam respeito e trabalho em conjunto de forma comercial adequada”, disse Carney.
O chefe de Governo do Canadá confirmou que vai viajar para a Europa para se encontrar com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, nos próximos dias.
“Devemos diversificar os nossos parceiros comerciais e reforçar a nossa segurança ao fazê-lo”, disse Carney.
O economista Mark Carney tornou-se hoje o 24.º primeiro-ministro do Canadá, substituindo Justin Trudeau, depois de ter sido empossado numa cerimónia em Otava.
Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio do Canadá e está a ameaçar com tarifas mais abrangentes sobre todos os produtos canadianos a partir de 02 de abril.
A guerra comercial dos EUA e a conversa de Trump sobre tornar o Canadá o 51.º estado dos EUA enfureceram os canadianos, que estão a vaiar o hino americano nos jogos de basquetebol e de hóquei no gelo, nos campeonatos comuns.
Muitos canadianos estão também a cancelar viagens para sul da fronteira e outros estão a evitar comprar produtos norte-americanos, como sinal de protesto para com as atitudes de Trump.