Disponível para aluguel no Prime Video, o filme O Nome da Morte (2018), dirigido por Henrique Goldman e escrito por George Moura, mergulha na trajetória real de Júlio Santana — a identidade fictícia de um dos matadores de aluguel mais letais do país, responsável por 492 assassinatos. A produção é uma adaptação do livro-reportagem homônimo de Klester Cavalcanti, que investigou detalhadamente a história desse homem marcado pela violência.
A narrativa acompanha Júlio (Marco Pigossi) desde uma vida rural humilde até sua transformação em assassino profissional, incentivado por seu tio Cícero (André Mattos). A atuação de Pigossi, em sua estreia no cinema, se destaca ao dar vida a um personagem dividido entre o papel de pai de família religioso e o peso dos crimes cometidos. O filme não glorifica seus atos, mas apresenta o conflito interno de um homem aprisionado por uma rotina de morte e contradição.
O longa aborda questões centrais da realidade brasileira, como a banalização da violência, a influência da fé no cotidiano e a corrupção que alimenta esquemas de assassinatos encomendados. A estética visual se utiliza de paisagens do Tocantins, cultos religiosos e cenas simbólicas com água para enfatizar o contraste entre culpa e redenção, entre o sagrado e o brutal.
Mais do que uma cinebiografia, O Nome da Morte oferece uma reflexão sobre a cultura da impunidade e o funcionamento de um sistema em que o crime se confunde com oportunidade social. A recepção da crítica foi positiva, especialmente pela atuação de Marco Pigossi e pela escolha de uma abordagem sóbria e sem glamour. O filme se consolida como um drama psicológico e social que levanta perguntas difíceis sobre moral, sobrevivência e humanidade em um Brasil marcado por desigualdade e violência.
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