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O novo formato que está vencendo as séries longas no streaming

Nos últimos anos, plataformas de streaming e o comportamento do público vêm transformando o modo como o entretenimento audiovisual é consumido. O interesse crescente por minisséries e a diminuição da audiência de séries longas apontam para uma mudança significativa nos hábitos dos espectadores. Segundo relatório publicado pela Kantar IBOPE Media em 2024, houve um aumento de 27% na busca por minisséries em detrimento de séries tradicionais com múltiplas temporadas, sinalizando uma forte preferência por narrativas curtas e diretas.

Essa preferência pode ser explicada por diversas razões. O ritmo cada vez mais acelerado das rotinas dificulta o acompanhamento de produções extensas. Minisséries, ao oferecerem uma estrutura fechada, com início, meio e fim em poucos episódios, proporcionam praticidade para quem deseja consumir conteúdo de qualidade sem longos compromissos.

Além disso, estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontam que o formato mais compacto facilita a imersão, já que o espectador tende a absorver melhor narrativas condensadas, aproveitando ao máximo cada episódio sem a sensação de desgaste ou enrolação. Exemplos populares dessa tendência incluem sucessos como “Chernobyl” (HBO), que conquistou público e crítica ao relatar em apenas cinco episódios o drama em torno do desastre nuclear, e “O Gambito da Rainha” (Netflix), cuja trama fechada sobre o xadrez cativou milhões sem deixar pontas soltas.

O que explica o sucesso das minisséries frente às séries de longa duração?

A eficiência narrativa é um ponto-chave. As minisséries concentram fatos, reviravoltas e clímax em espaço reduzido, favorecendo enredos mais envolventes e intensos. Para roteiristas e produtores, o formato curto permite ousar em argumentos, personagens e temáticas, sem o receio de desgastar a trama em diferentes temporadas. Outro fator relevante é a diversificação do público. Pesquisas da Nielsen, divulgadas em 2023, revelam que 63% dos assinantes de streaming priorizam títulos que possam ser concluídos rapidamente, reforçando a busca por experiências completas e imediatas.

Alguns exemplos notórios ilustram bem esse sucesso: “Olhos que Condenam” (Netflix), que aborda questões sociais em apenas quatro episódios, e “Mare of Easttown” (HBO), minissérie policial que mantém a intensidade narrativa ao longo de apenas sete capítulos, evitando enrolações ou perda de ritmo.

O formato compacto das minisséries também minimiza problemas como “filler episodes” ou a perda de ritmo presente em muitas séries longas. Para quem busca conteúdo diversificado em pouco tempo, essa é uma vantagem considerável. Assim, a ascensão das minisséries indica uma tendência de consumo audiovisual baseada em praticidade, valor narrativo e visando sempre uma melhor experiência para o usuário. Esses exemplos destacados mostram como minisséries conseguem unir qualidade, imersão e objetividade, atendendo exatamente às demandas do público contemporâneo.

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