“A crise alimentar em Gaza atingiu níveis de desespero sem precedentes. Quase uma em cada três pessoas não come há vários dias. A desnutrição está a aumentar significativamente, com 90 mil mulheres e crianças a necessitarem urgentemente de tratamento”, indicou a agência das Nações Unidas responsável pela ajuda alimentar.
Segundo o PAM, com sede em Roma, 470 mil pessoas deverão enfrentar “uma fome catastrófica” entre maio e setembro no território palestiniano sob cerco imposto por Israel.
“Há pessoas a morrer por falta de ajuda humanitária”, alertou o PAM, lembrando que a ajuda alimentar é o “único meio de acesso a comida para a população, já que os preços dos alimentos atingiram níveis insustentáveis”.
Também hoje, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) indicou que um quarto das crianças entre os 06 meses e os 05 anos, bem como das mulheres grávidas e a amamentar examinadas na semana passada nas instalações na Faixa de Gaza, sofriam de desnutrição.
A organização não-governamental denunciou “a utilização deliberada da fome como arma de guerra pelas autoridades israelitas em Gaza”.
No início de março, Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza, parcialmente aliviado no final de maio, o que provocou graves carências de alimentos, medicamentos e combustível, e gerou críticas crescentes pela intensificação da crise alimentar.
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