Internacional

ONU indica que morreram 383 funcionários humanitários em 2024

A morte dos 383 trabalhadores humanitários, no ano passado, representa um aumento de 31% em relação a 2023.

 

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Ajuda Humanitária.

A data recorda o ataque ocorrido no dia 19 de agosto de 2003 contra a sede das Nações Unidas em Bagdade, Iraque, que matou 22 funcionários da ONU, incluindo o representante especial no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que liderou a administração da ONU em Timor-Leste entre 1999 e 2002.

No mesmo ataque, 155 funcionários ficaram feridos. 

Segundo a ONU o aumento do número de mortos, em 2024, foi provocado pelos conflitos na Faixa de Gaza onde 181 trabalhadores humanitários perderam a vida.

No conflito do Sudão morreram, no ano passado, 60 funcionários que prestavam ajuda humanitária junto das populações civis. 

De acordo com a ONU, a maioria destes assassinatos em 2024 foi perpetrada por agentes estatais, sendo que a maioria dos mortos eram funcionários locais, atacados em serviço ou nas casas onde residiam.

As Nações Unidas indicaram que, no ano passado, 308 trabalhadores humanitários ficaram feridos, 125 foram sequestrados e 45 foram detidos.

Por outro lado, os dados provisórios que constam da base de dados do organismo de Segurança dos Trabalhadores Humanitários mostram que, até 14 de agosto, 265 trabalhadores humanitários foram mortos desde o início de 2025.

A ONU reitera que os ataques contra trabalhadores humanitários constituem violações do direito internacional humanitário e afetam diretamente os meios de subsistência dos quais dependem milhões de pessoas que se encontram retidas em zonas de guerra ou de catástrofe.

“Um único ataque contra um colega (funcionário) humanitário é um ataque a todos nós e àqueles a quem servimos”, disse o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários da ONU, Tom Fletcher.

O mesmo responsável disse ainda que, a impunidade face aos ataques contra funcionários humanitários constituem uma “expressão vergonhosa da inação e da apatia internacionais”.

Tom Fletcher apelou mais proteção e pediu para que se seja “feita justiça”. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ter registado, no ano passado, mais de 800 ataques contra serviços de saúde em 16 territórios, resultando na morte de mais de 1.100 profissionais médicos e doentes.

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