A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou uma operação de busca e apreensão na Comunidade Osho Rachana, localizada em Viamão. A ação foi liderada contra Adir Aliatti, conhecido como Prem Milan, que está sendo investigado por diversos crimes, incluindo tortura psicológica, estelionato e desvio de recursos financeiros, totalizando cerca de R$ 20 milhões. A defesa de Milan refuta as acusações e afirma que ele está colaborando com as autoridades. Denúncias feitas por ex-membros da comunidade revelaram práticas de manipulação, humilhação e exploração do trabalho, além de agressões físicas.
Embora Milan tenha reconhecido seu papel como líder, ele defendeu que a entrada na comunidade era uma escolha voluntária dos participantes. Durante a operação, foram apreendidos documentos, computadores e celulares que podem ajudar nas investigações. A investigação teve início após relatos ao Ministério Público, onde ex-integrantes descreveram abusos e coação para a contração de empréstimos, que eram direcionados à comunidade.
A polícia estima que os membros da Osho Rachana tenham perdido mais de R$ 4 milhões, quantia que, segundo as investigações, foi utilizada por Milan para fins pessoais, como viagens luxuosas e apostas em jogos online. Além das questões financeiras, os processos terapêuticos promovidos na comunidade incluíam práticas de sexo livre e expunham crianças a conteúdos inadequados.
Ex-integrantes afirmam que Milan utilizava informações pessoais obtidas durante as terapias para pressionar as vítimas a contribuírem financeiramente e a contraírem empréstimos. Os pacotes de imersão oferecidos na comunidade variavam entre R$ 8.000 e R$ 12 mil, e os residentes eram obrigados a pagar mensalidades e a participar da manutenção do espaço.