Agro

Produtores do Sudeste transformam o palmito pupunha em referência de sustentabilidade

Foto: Divulgação da Associação dos Produtores Rurais do Vale de Mambucaba (RJ)

Esta história começa com a Jaqueline Moreira, produtora rural e secretária da Associação dos Produtores Rurais do Vale Mambucaba, que entrou em contato pelo WhatsApp do Porteira Aberta Empreender depois que leu no site a reportagem: Banana ganha valor e mercado e resolveu compartilhar os detalhes da produção diferenciada do palmito pupunha na região de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. 

O local fica em Mambucaba, uma cidade litorânea onde o mar se mistura com o rio Mambucaba – que faz parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) -, e conta com uma paisagem de tirar o fôlego.

Pequenos produtores rurais do Vale do Mambucaba se uniram para buscar apoio e para conseguirem o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) por Denominação de Origem (DO) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).Para isso, os agricultores buscaram apoio e orientação junto ao Sebrae e Embrapa.

Com 18 membros, a Associação dos Produtores Rurais do Vale Mambucaba busca o selo de IG/DO como uma estratégia para aumentar a visibilidade do produto e mostrar a qualidade do que é produzido.

“Com maciez e uma coloração mais clara, em relação aos outros palmitos produzidos na região, o palmito pupunha tem ganhado cada vez mais destaque aqui em Mambucaba”, afirma Moreira.

Os associados têm investido pesado em infraestrutura para transformar o palmito pupunha em diversos produtos como macarrão, palmito em conserva, entre outros.

“A gente está querendo agregar valor e levar o palmito para fora. Isso vai ser melhor para todo mundo”, diz Paulo Barbeito, produtor rural.

O processo para obter a certificação envolve várias etapas até o reconhecimento.

“O que vimos de mais significativo foi o engajamento dos produtores em torno dessa causa, que é obter uma certificação de qualidade para o palmito da região do Vale de Mambucaba”, diz Marcos Fonseca, Engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

Corte de palmito pulpunha
Foto: Divulgação | Associação dos Produtores Rurais do Vale Mambucaba

O palmito pupunha e as condições perfeitas para o cultivo

Tradicionalmente cultivado no Norte e no Centro-Oeste, o palmito pupunha tem se adaptado bem ao Sudeste. 

E as condições não poderiam ser melhores: temperaturas médias entre 22°C e 28°C, chuvas regulares e solo bem drenado. Ou seja, o clima litorâneo de Mambucaba é praticamente perfeito para o desenvolvimento da palmeira.

Outro grande diferencial do palmito pupunha da região é sua sustentabilidade.

“Ao contrário do palmito juçara, que leva anos para se regenerar, a pupunha tem um ciclo produtivo renovável. Isso significa cortes sucessivos sem prejudicar a planta, o que a torna uma opção mais viável tanto ambiental quanto economicamente” afirma Moreira.

Além disso, os agricultores têm se dedicado ao manejo agroecológico, com adubação orgânica. Tudo para contribuir na qualidade do produto e fortalecer a imagem da iguaria como uma opção saudável e sustentável.

O futuro está em boas mãos

Com a Indicação Geográfica de Denominação de Origem em andamento, o apoio de instituições como o Sebrae e Embrapa, tem sido fundamental para que o palmito pupunha se torne um grande destaque no mercado.

 “Nós realizamos diversos diagnósticos para que o palmito pupunha [possa] receber a Indicação Geográfica, e foi aí, que [identificamos] que a  região do Vale do Mambucaba tem um produto diferenciado. Então, o Sebrae iniciou esse trabalho de reconhecimento”, explica Aline Barreto, analista do Sebrae RJ e gestora do projeto de Indicações Geográficas.

O processo de obtenção do selo envolve uma série de etapas, incluindo estudos técnicos, comprovação da tradição local e padronização da produção.

A previsão é que a entrada formal do reconhecimento no Inpi aconteça ainda este ano, após a conclusão dos levantamentos necessários. E a certificação não só pode valorizar ainda mais o produto, como também abrir muitas portas para novos mercados.

“Ter um palmito referenciado, posicionado no mercado e sabendo-se que ele tem qualidade, é original da região e que vai ter o seu reconhecimento, possivelmente haverá um valor adicionado na sua comercialização”, afirma Fonseca.

A produção de palmito pupunha tem tudo para crescer no Sudeste, fortalecendo a economia, o turismo e o empreendedorismo, tornando o Vale de Mambucaba uma referência, quem sabe, na expansão nacional e até internacional em agricultura sustentável.

“O palmito daqui é muito bom, às vezes chega até três cortes por ano”, afirma Barbeito, com orgulho do que planta e colhe.

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