Participar ativamente da consolidação do Pacto do Pantanal e de políticas públicas como o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Esse foi o apelo do empresário rural e diretor da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), Leonardo Leite de Barros, aos produtores durante o terceiro dia do Pantanal Tech 2025, em Aquidauana, Mato Grosso do Sul.
Ele participou do painel “Valorização da Pecuária Pantaneira”, que reuniu especialistas em rastreabilidade, sustentabilidade e desenvolvimento territorial. Na ocasião, destacou que iniciativas como o PSA podem ser um diferencial de mercado para os produtos do Pantanal, mas que, para isso, é necessário engajamento local e agilidade nas soluções técnicas.
“Nós pantaneiros temos de abraçar os programas, como o Pacto do Pantanal, porque se não fizermos isso, vamos estar jogando fora a oportunidade da nossa vida”, afirmou Barros, que também pontuou o potencial do PSA como ferramenta de marketing. “O PSA vai ser instrumento de valorização do nosso produto. Mas, se não colocarmos isso no rótulo, se não comunicarmos, ninguém vai saber.”
Sustentabilidade adequada à realidade tropical

Na avaliação do produtor, o avanço do desenvolvimento sustentável no bioma exige medidas práticas e adequadas à realidade tropical. Entre elas, o desenvolvimento de sementes para pastagens nativas, o que permitiria a restauração e o manejo eficiente das áreas produtivas do Pantanal, com menor impacto ambiental.
- Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
“No Pampa gaúcho, eles já avançaram nisso. Precisamos fazer o mesmo aqui. Mas a semente tem que estar disponível, e isso ainda não está escalado. Eu sei que está em andamento, mas tem que correr.”
Outro ponto levantado pelo diretor da ABPO foi a ausência de uma metodologia brasileira adaptada ao clima tropical para medir emissões de gases de efeito estufa na pecuária. Ele mencionou iniciativas do pesquisador Urbano Macedo, da Embrapa, como exemplo de estudos aplicados à realidade pantaneira, mas reforçou a urgência de transformar ciência em instrumento de mercado.
“A gente precisa colocar no nosso produto que ele é carbono neutro ou de emissão reduzida. Mas se não existe metodologia tropical reconhecida, vamos continuar ouvindo e sendo medidos por padrões de clima temperado. Cadê a academia?”, questionou.
Barros finalizou sua participação reforçando que, embora elogie os avanços do governo estadual com o lançamento do Pacto do Pantanal e do PSA, a efetividade dessas políticas depende da atuação direta dos produtores rurais e da colaboração com universidades, institutos de pesquisa e entidades do setor.
“Política pública, eu tenho que elogiar. Mas nós precisamos participar ativamente para colocar de pé essa questão do PSA. Se não for com o produtor junto, não vai funcionar.”
O post Produtores precisam assumir o protagonismo no Pacto do Pantanal, defende ABPO apareceu primeiro em Canal Rural.