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Quatro mortos em ataques israelitas no sul da Síria

“Um drone israelita atingiu um dos edifícios militares da 44.ª divisão do exército sírio em Kesweh, a oeste de Damasco, causando a morte de três dos seus membros”, afirmou um responsável do Ministério da Defesa, sob condição de anonimato à agência de notícias France-Presse (AFP).

 

A agência oficial síria Sana informou pela manhã sobre a morte de “um jovem num bombardeamento israelita contra uma casa na aldeia de Tarnaja”, no planalto sírio de Golã, parte do qual é ocupado e anexado por Israel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio condenou então “os recentes ataques israelitas contra o seu território, que causaram a morte de um jovem”.

Desde que uma coligação islâmica derrubou o Presidente sírio, Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, Israel realizou centenas de ataques contra o país com o qual está tecnicamente em estado de guerra, ao mesmo tempo que iniciou um diálogo com as novas autoridades da Síria.

Damasco também denunciou “a incursão das forças israelitas numa localidade da província de Quneitra, as suas campanhas de detenções de civis e seu anúncio de manter a presença ilegal no topo do Monte Hermon e na zona tampão”.

“Estas práticas agressivas constituem uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas (…) e representam uma ameaça direta à paz e à segurança na região”, acrescentou o ministério.

Na semana passada, o exército israelita anunciou ter realizado operações no sul da Síria, onde afirmou ter descoberto e apreendido “instalações de armazenamento de armas” e “detido suspeitos”.

Após o ataque no sul do país, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco disse “condenar veementemente os ataques militares israelitas contra a integridade territorial, a unidade e a soberania da Síria, cuja amplitude não para de crescer”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita denunciou os ataques, considerando-os “uma violação flagrante da soberania da República Árabe Síria irmã e do direito internacional”.

Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar apelou “à comunidade internacional para que aja de forma decisiva contra a ocupação israelita e a obrigue a pôr fim aos seus repetidos ataques contra o território sírio”.

Após a queda do ex-Presidente sírio, o exército israelita destacou forças para a zona desmilitarizada controlada pelas Nações Unidas, no planalto do Golã, na fronteira com a parte anexada por Israel em 1981.

Os dois países, inimigos há décadas, iniciaram, no entanto, um diálogo sem precedentes sob o patrocínio dos Estados Unidos.

A 19 de agosto, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Assaad Al-Chaibani, reuniu-se com uma delegação israelita em Paris para discutir a “escalada” entre os dois países vizinhos, segundo a agência de notícias Sana.

As conversações abordaram a questão do regresso ao acordo de retirada de 1974 entre os dois países, que criou a zona tampão.

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