O queijo colonial produzido no sudoeste do Paraná agora tem reconhecimento oficial. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) concedeu, nesta semana, o selo de indicação geográfica (IG) ao produto artesanal, tornando-o o 19º item paranaense com essa certificação.
A IG contempla a produção em 42 municípios da região, que concentra a principal bacia leiteira do estado, com cerca de 20 mil produtores e uma produção anual estimada em 1 bilhão de litros de leite.
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A conquista representa mais do que um selo de origem. Para os produtores, a certificação abre portas para novos mercados, amplia o valor agregado do produto e reforça a identidade cultural da região. O processo de obtenção da IG contou com a atuação conjunta de instituições públicas e privadas, como o IDR-Paraná, Seab, Sebrae-PR, UTFPR, cooperativas, prefeituras e os próprios produtores locais.
Segundo Karolline Marques, coordenadora de agroindústria do IDR-Paraná, o reconhecimento é reflexo direto da qualidade e da assistência técnica prestada às queijarias da região. “Das mais de 300 queijarias acompanhadas no estado, 40 estão no Sudoeste. O trabalho vai desde a alimentação dos animais até a finalização do queijo. O resultado é um produto com identidade própria e qualidade garantida”, afirma.
A Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná (Aprosud), que reúne 18 produtores em 11 municípios, comemora o selo como um marco. Claudemir Roos, presidente da entidade, afirma que a IG “traz mais visibilidade, valoriza a produção e gera renda para as famílias que vivem do queijo. É também um estímulo para outros agricultores investirem na atividade”.

Para Angela Bach, produtora de Santa Izabel do Oeste, que mantém a tradição familiar iniciada com duas vacas na década de 1990, o reconhecimento é motivo de orgulho. “A IG valoriza histórias como a da minha família, que atravessam gerações. Hoje entregamos queijos coloniais, temperados e maturados para toda a região. Essa chancela representa a força da nossa trajetória”, declara.
Cristina Bombonato, de Pinhal de São Bento, ressalta que a IG também aumenta a responsabilidade com o consumidor. “Implica em seguir boas práticas, garantir segurança no processo produtivo e manter a tradição. É o resgate da identidade italiana trazida pelos imigrantes e preservada até hoje.”
A área geográfica coberta pelo selo abrange municípios como Francisco Beltrão, Pato Branco, Dois Vizinhos, Palmas, Capanema, Coronel Vivida, entre outros. A região se consolida como referência na produção artesanal de queijo colonial, sendo reconhecida nacionalmente pela qualidade e diversidade do produto.
A certificação do queijo do sudoeste reforça a posição do Paraná como o segundo estado brasileiro com mais registros de indicação geográfica, atrás apenas de Minas Gerais. Com a recente inclusão da carne de onça de Curitiba, o estado soma 19 produtos com IG. Outros itens tradicionais já reconhecidos incluem o café do Norte Pioneiro, o barreado do litoral, o mel de Ortigueira e a erva-mate de São Mateus do Sul.
O reconhecimento do queijo colonial do Sudoeste como produto de Indicação Geográfica fortalece não apenas a economia local, mas também a preservação cultural e o saber-fazer artesanal que marca a história de milhares de famílias no interior do Paraná.
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