Internacional

Rússia considera positivas negociações humanitárias com ucranianos

“Diante da difícil situação provocada pela resistência ucraniana, repito, mais uma vez, que é impossível esperar qualquer tipo de progresso [nas negociações]. Assim, é apropriado avaliar positivamente as conversações em relação às questões humanitárias”, disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, à imprensa local.

 

De seguida, Peskov elogiou as propostas russas, que eram “concretas, construtivas e essenciais para os cidadãos de ambos os países: a continuação das trocas, o regresso de civis que estão praticamente reféns e a continuação da devolução dos corpos dos soldados mortos”.

O porta-voz russo considerou ainda importante a sugestão russa de criar três grupos de trabalho online, “cujo trabalho seria tão intenso e regular quanto à disposição das partes”.

No entanto, o porta-voz garantiu que o exército russo está a “fazer tudo o que é possível para criar uma zona de segurança” no norte da Ucrânia e “destruir as infraestruturas militares e semi-militares do regime ucraniano”, enquanto Kyiv “tenta levar a guerra para território russo”.

Nas suas declarações anteriores, o Kremlin lamentou o atraso na convocação da terceira ronda de negociações com a Ucrânia, mas, assim que foram anunciadas, manifestou ceticismo.

“Não esperávamos progressos. É difícil esperar qualquer avanço”, declarou Peskov, sobretudo devido às “abordagens diametralmente opostas dos projetos de memorandos trocados” na segunda ronda, que aconteceu em 02 de junho.

A Rússia mantém-se firme nas suas exigências iniciais, continuando a atrasar o processo de paz à medida que avança para território ucraniano.

A terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia aconteceu na quarta-feira, em Istambul, na Turquia.

O chefe da delegação russa às conversações de paz, Vladimir Medinsky, afirmou na quarta-feira ter proposto a Kyiv tréguas de “24 a 48 horas” nas linhas da frente e aceitado nova troca de prisioneiros.

O chefe da delegação negocial ucraniana, Rustem Umerov, afirmou ter proposto à Rússia durante a ronda de negociações que o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reunissem antes do final de agosto, na presença dos seus homólogos turco e norte-americano, Recep Tayyip Erdogan e Donald Trump, para promover uma solução negociada para a guerra. Umerov adiantou que Kyiv voltou também a propor um cessar-fogo que, no mínimo, acabaria com os ataques às infraestruturas civis.

No final, o negociador-chefe russo rejeitou uma possível cimeira entre Putin e Zelensky, sem antes ser alcançado um acordo de paz.

As últimas duas rondas de conversações, em 16 de maio e em 02 de junho, acabaram sem resultados sobre um acordo para um potencial cessar-fogo. Kyiv e Moscovo conseguiram acordar trocas de prisioneiros de guerra e de corpos de combatentes.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa nova fase do conflito, que começou com a anexação da península ucraniana da Crimeia pelos russos em 2014.

Leia Também: Mil famílias “abraçam os que mais amam”. Prisioneiros regressam à Ucrânia

Leia também