O fenômeno das séries “viciantes” tem chamado atenção de pesquisadores de diferentes áreas, especialmente da psicologia do entretenimento. O desejo contínuo de assistir a episódios em sequência, comportamento conhecido como binge-watching, pode ser explicado pelo modo como essas produções ativam áreas do cérebro associadas à recompensa e ao prazer.
Um levantamento realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em 2023 apontou que a estrutura narrativa fragmentada de séries como Breaking Bad e La Casa de Papel estimula a liberação de dopamina, neurotransmissor relacionado à sensação de satisfação, ao final de cada episódio.
A construção de personagens complexos, enredos imprevisíveis e cliffhangers (ganchos dramáticos) ao término dos capítulos contribui para a manutenção do interesse do espectador. Não se trata apenas do conteúdo apresentado, mas do modo como a narrativa é planejada para gerar expectativas e emoções intensas. Séries como Stranger Things empregam esse mecanismo ao desenvolver múltiplos mistérios e relações interpessoais, levando o público a sentir necessidade de respostas imediatas.
Por que o cérebro humano sente necessidade de maratonar séries?
Mecanismos psicológicos envolvidos nesse processo incluem a identificação com personagens, o efeito Zeigarnik (tendência a lembrar de tarefas inacabadas) e o uso de storytelling não-linear. Segundo o relatório Global TV Demand Awards 2024, Game of Thrones foi uma das séries mais assistidas de forma sequencial devido à combinação de arcos narrativos contínuos e evolução constante de conflitos. Esses elementos provocam no espectador a sensação de urgência para consumir o próximo episódio, retardando a satisfação para aumentar o envolvimento emocional.
- Personagens com múltiplas camadas psicológicas: geram identificação e empatia.
- Suspense contínuo: mantém alta expectativa e engajamento.
- Socialização: amplia debates em redes sociais e reforça hábitos de consumo.
O impacto dessas estratégias evidencia como a psicologia do entretenimento é fundamental para o sucesso de produções seriadas e para a compreensão do consumo midiático na atualidade. Ao compreender esses mecanismos, produtores e roteiristas potencializam o envolvimento do público com suas obras, criando experiências que marcam gerações.
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