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Síria: Damasco e Telavive vão encontrar-se no Azerbaijão na quinta-feira

Uma semana depois de um encontro semelhante em Paris, a nova reunião deverá centrar-se na “situação de segurança, nomeadamente no sul da Síria”, que foi palco de violentos confrontos durante o mês de julho, referiu à agência noticiosa France Presse um diplomata sírio sob condição de anonimato.

 

O ministro sírio deve também visitar Moscovo antes da reunião, a primeira visita desde que o novo governo interino tomou o poder em dezembro.

O antigo líder da Síria, Bashar al-Assad, encontra-se exilado na Rússia, após ter sido deposto por uma coligação de jihadistas e rebeldes, liderada pelo grupo islamita sírio Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe).

A reunião em Baku acontece poucos dias depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter pedido ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para manter a “integridade territorial” da Síria, depois da violência no sul do país ter desencadeado bombardeamentos israelitas em solo sírio.

Putin sublinhou durante uma chamada telefónica com Netanyahu “a importância de apoiar a unidade, a soberania e a integridade territorial da Síria, bem como de reforçar a estabilidade política interna”, informou na segunda-feira a presidência russa.

Em outra frente diplomática, na sexta-feira passada, Paris, Damasco e Washington acordaram a realização de uma nova ronda de negociações na capital francesa entre o governo sírio e a administração curda, para integrar os curdos no Estado sírio.

Mazloum Abdi, líder das Forças Democráticas da Síria (FDR), braço armado dos curdos, apoiado por Washington, e o Presidente interino sírio, Ahmad al-Sharaa, concluíram um acordo a 10 de março com vista à integração das instituições curdas no Estado sírio. 

Desde então, realizaram-se várias sessões de negociação, mas as conversações estagnaram.

As atrocidades regulares contra a minoria alauita e os recentes atos de violência no sul aumentaram as preocupações dos curdos, que defendem um modelo de “governação descentralizado”, rejeitado várias vezes por Damasco.

A Síria tem sido palco de vários conflitos sectários, o mais recente no sul do país, na província de Sweida.

Os confrontos, que duraram uma semana, opuseram drusos e beduínos, e ganharam maior dimensão com a intervenção das forças governamentais sírias e dos combatentes tribais que vieram em auxílio dos beduínos.

A intervenção das forças sírias desencadeou, por sua vez, ataques aéreos de Israel em solo sírio, que alegou estar a proteger os drusos.

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