Internacional

Situação em Gaza “é intolerável”, diz António Costa

“A situação em Gaza é intolerável”, escreveu o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE numa publicação na rede social X.

 

No mesmo dia em que foi divulgada a morte de 21 crianças por subnutrição e fome nas últimas 72 horas, na Faixa de Gaza, António Costa partilhou a mensagem escrita minutos antes por Ursula von der Leyen, também a condenar a situação no enclave palestiniano.

“Os civis de Gaza já sofreram demasiado, durante demasiado tempo. É preciso acabar com isso agora. Israel tem de cumprir as suas promessas”, pediu a líder do executivo comunitário.

Para Ursula von der Leyen, “os civis não podem ser alvos nunca”.

“As imagens de Gaza são insuportáveis. A UE reitera o apelo a um fluxo livre, seguro e rápido de ajuda humanitária e para o pleno respeito do direito internacional e humanitário”, concluiu.

Ursula von der Leyen tem enfrentado sérias críticas pela posição face ao conflito em Gaza, especialmente devido à resposta inicial considerada parcial e ao silêncio perante alegadas violações do direito internacional por parte de Israel.

Hoje mesmo, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, considerou que “são indefensáveis” os homicídios perpetrados pelo exército israelita contra palestinianos que querem comer, insistindo que “todas as opções estão em cima da mesa” se Telavive não cumprir o que prometeu.

A posição surgiu quando se registam mais de 59 mil mortos desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas em outubro de 2023.

É também estimado que cerca de 470 mil pessoas estejam em risco de fome severa, com dezenas de civis mortos enquanto esperavam ajuda humanitária nas últimas semanas.

Quando se assinalam 21 meses de guerra entre o Hamas e Israel, o Qatar, os Estados Unidos e o Egito conduzem difíceis negociações para alcançar um cessar-fogo.

Há cerca de duas semanas, a UE chegou a acordo com Israel para expandir o apoio humanitário no enclave palestiniano da Faixa de Gaza, com mais pontos de passagem e camiões com comida.

Antes, na cimeira europeia de final de junho, nas conclusões então aprovadas, os chefes de Governo e de Estado da UE “deploraram a terrível situação humanitária” na Faixa de Gaza, perpetrada por Israel, considerando “inaceitável o número de vítimas civis e os níveis de fome” com o bloqueio à entrada de camiões no enclave palestiniano.

No texto, o Conselho Europeu disse também tomar “nota do relatório sobre o cumprimento do Artigo 2.º do acordo de associação entre Israel e a UE”, que dá conta de violações dos direitos humanos por parte de Telavive, e anunciou que ia começar a discutir como proceder este mês.

Em entrevista à Lusa dias depois, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, assegurou que a UE tem “uma panóplia” de decisões com “consequências concretas” que pode tomar sobre a relação com Israel devido à violação dos diretos humanos em Gaza.

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