“Se o regime iraniano se recusa a envolver-se numa solução diplomática e pacífica, na qual o Presidente [dos Estados Unidos] continua interessado, por que razão não retira o povo iraniano o poder a este regime incrivelmente violento que o reprime há décadas”, questionou Karoline Leavitt, porta-voz do Governo norte-americano, no canal televisivo Fox News.
Leavitt declarou depois à comunicação social que foram enviadas mensagens “públicas e privadas” aos iranianos, desde os bombardeamentos norte-americanos, no sábado, de três instalações nucleares iranianas.
A porta-voz insistiu que tais instalações foram “completa e totalmente destruídas”.
“É uma operação com que tantos Presidentes sonharam, mas nenhum teve coragem de a fazer, e o Presidente Trump fê-la”, sublinhou.
No domingo à noite, Donald Trump escreveu na sua rede social, Truth Social: “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano é incapaz de DEVOLVER A GRANDEZA AO IRÃO, por que não há de haver uma mudança de regime???”
Hoje, perante o receio de ações de retaliação iranianas, Leavitt garantiu que os Estados Unidos “estão a monitorizar ativamente a situação no estreito de Ormuz e [que] o regime iraniano seria estúpido” se atacasse esta rota marítima fundamental, por onde transita 20% do petróleo produzido no mundo.
Perante as críticas de alguns políticos democratas, que o acusam de ter ultrapassado o limite dos seus poderes ao lançar este ataque, a porta-voz da Casa Branca assegurou que “o Presidente agiu dentro dos limites legais, no âmbito do artigo dois da Constituição, na qualidade de comandante supremo dos Estados Unidos”.
Israel lançou a 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representavam uma ameaça direta à sua segurança.
Desde então, aviões israelitas atacaram uma série de infraestruturas estratégicas, incluindo sistemas de defesa aérea, instalações de armazenamento de mísseis balísticos e as centrais nucleares de Natanz, Isfahan e Fordo, e foram também eliminados comandantes da Guarda Revolucionária, chefes dos serviços secretos e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
As autoridades da República Islâmica indicaram que os bombardeamentos já fizeram pelo menos 400 mortos e 3.056 feridos, ao passo que o Governo israelita disse que os mísseis lançados pelo Irão em retaliação causaram a morte de 24 pessoas e ferimentos em 1.272, em território israelita.
No sábado, o conflito assumiu uma nova dimensão com a entrada dos Estados Unidos na guerra, bombardeando as três principais instalações envolvidas no programa nuclear do Irão, entre as quais a unidade de Fordo, com capacidade de enriquecimento de urânio a 60%, segundo os especialistas, e com Trump a ameaçar o regime teocrático de Teerão de mais ataques se “a paz não chegar rapidamente”.
A operação norte-americana que devastou o programa nuclear iraniano resultou de meses de preparação e não visou militares nem a população civil do Irão.
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