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STF ignora divergências e mantém prisão de Collor

Com 6 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal manteve a prisão do ex-presidente Fernando Collor, ignorando recursos legítimos apresentados por sua defesa. A votação, marcada por divergências relevantes, expôs a crescente tensão interna na Corte, especialmente diante da decisão monocrática de Alexandre de Moraes, que rejeitou embargos infringentes e levou à prisão imediata do ex-senador.

Gilmar Mendes, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça se opuseram à prisão, defendendo o direito ao contraditório diante das divergências na dosimetria da pena. Gilmar criticou duramente o avanço das decisões unilaterais, enquanto Mendonça lembrou que o Regimento Interno do STF prevê os embargos quando há quatro votos divergentes, o que ocorreu. Mesmo assim, a maioria preferiu ignorar o rito e manter Collor preso.

O ex-presidente foi detido em Maceió e segue em cela isolada no presídio local. Moraes ainda analisa pedido de prisão domiciliar, mas a decisão final dependerá da PGR. Ao desprezar garantias processuais e validar abusos, o STF caminha para um modelo onde o plenário parece cada vez mais irrelevante frente à vontade de ministros que atuam como juízes absolutos.

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