“Desde que o primeiro caso de cólera foi reportado no campo de refugiados de Dougui, até 26 de agosto de 2025, houve 1.016 casos acumulados”, entre os que recuperaram, morreram ou ainda estão hospitalizados, tendo-se registado 68 mortes, revelou à agência France-Presse (AFP) Tadjadine Mahamat Allamamine, diretora de comunicação do Ministério da Saúde.
Este surto de cólera foi comunicado pelas autoridades de saúde do Chade no final de julho, quando foram registados quatro mortos e 42 casos suspeitos no terreno.
A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria ‘Vibrio cholerae’ e está principalmente associada a más condições sanitárias e a um acesso limitado a água potável.
Embora seja uma doença tratável que afeta tanto crianças como adultos, pode ser letal se não for tratada a tempo.
A ONU alertou hoje, em comunicado, para a “rápida disseminação” da doença por um “influxo em massa” de refugiados sudaneses para campos e aldeias em zonas chadianas na fronteira com o Sudão, onde vivem “sem acesso a saneamento adequado ou água potável”.
A região de Ouaddaï, no leste do Chade, acolhe quase meio milhão de refugiados que fugiram do Sudão e da guerra que opõe o Exército sudanês às Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares desde abril de 2023.
O Sudão, o terceiro maior país de África, é o mais atingido pela cólera no mundo, tendo sido registadas mais de 2.400 mortes no último ano em 17 dos 18 estados do país, segundo a Unicef.
Desde o início do ano, cerca de 20 países africanos, incluindo a República Democrática do Congo e a Nigéria, foram afetados por epidemias de cólera.
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