Agro

‘Transferência de Embriões’ fortalece produção de leite de pequenos criadores no Ceará

Foto: Fazenda Venturoso

A rotina nas pequenas propriedades rurais do Sertão Central do Ceará tem mudado com a chegada de uma tecnologia antes restrita aos grandes criadores. 

A técnica de Transferência de Embriões (TE) vem mudando o perfil genético do rebanho leiteiro e elevando a produção nas pequenas propriedades da região. 

Municípios como Solonópole, Milhã e Senador Pompeu já colhem os primeiros frutos.

O projeto, iniciado em 2023, realiza inseminações com alto índice de sucesso.

Só em 2024, Solonópole registrou 130 matrizes inseminadas. 

O projeto realizado pelo Sebrae/CE, em parceria com a FAEC-Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Senar, Sinrural e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), vem se revelando um autêntico caso de sucesso no aprimoramento genético do rebanho da região.

A técnica permite aproveitar a genética de fêmeas e machos superiores para gerar animais mais produtivos, resistentes e adaptados ao clima local.

Atualmente, o custo da prenhez gira em torno de R$ 480, mas os produtores recebem subsídio, facilitando o acesso à tecnologia de ponta.

Cada embrião transferido representa um salto genético de pelo menos duas gerações.

Tecnologia acessível e impacto rápido

Com o uso da MOTE (Múltipla Ovulação e Transferência de Embriões), doadoras selecionadas têm seus oócitos (células germinativas femininas) coletados e fecundados com sêmen de touros de alta performance. 

Os embriões são cultivados em laboratório até atingir o estágio adequado para transferência. 

“É uma iniciativa que vem impactando diretamente para a evolução do rebanho local, porque a partir da implantação dessa tecnologia, os produtores conseguiram ampliar o nível genético do plantel de suas propriedades, possibilitando assim melhores ganhos”, diz  Cleverson Carlos, articulador do Sebrae Regional Sertão Central.

A expectativa é ousada: beneficiar mil produtores e introduzir 3 mil animais melhorados em três anos, aumentando em até 25% a produção de leite no estado.

“A nossa expectativa é de que esse melhoramento genético adicione cerca de 500 mil litros de leite por dia à produção cearense, o que representa um incremento de 25% na produção do Estado”, afirma Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC).

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Produtores já sentem a diferença

Edgar Ribeiro, produtor da região, elogia a iniciativa que vem sendo realizada, com a participação do Sebrae/CE.

De acordo com Ribeiro, o projeto irá aprimorar a genética do rebanho e aumentar a eficiência produtiva e reprodutiva das propriedades.

Beto Pinheiro, também produtor, ressalta que com a identificação das doadoras, que são selecionadas dentre as fêmeas, é possível garantir uma boa genética e características desejadas para os futuros animais.

Além disso, a tecnologia também devolve confiança e competitividade ao pequeno produtor.

Portanto, com mais leite no tanque e genética de ponta no curral, aumenta a renda e a autoestima do homem do campo.

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