Alagoas

Trump ameaça impor tarifa de 200% se China não fornecer ímãs aos EUA

O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (25) que a China precisa fornecer ímãs aos Estados Unidos ou ele terá que “cobrar uma tarifa de 200% ou algo parecido”, em meio à disputa comercial entre os dois países.

A China tem demonstrado maior sensibilidade em relação às terras raras e ao controle de sua oferta. Em abril, incluiu vários itens desse setor, além de ímãs, na lista de restrições de exportação, em retaliação ao aumento das tarifas pelos EUA.

  • 🔎 As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. A maior parte desses minerais está concentrada em dois pontos: na China e no Brasil. Eles são estratégicos para a indústria de tecnologia.

Os ímãs mais potentes geralmente são feitos de ligas que contêm elementos de terras raras, como neodímio e samário. O disprósio, outra substância, pode ser adicionado para aumentar a estabilidade térmica, especialmente em aplicações industriais e tecnológicas de alta performance.

A ameaça de Trump representa mais um capítulo da disputa comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do planeta. O embate se intensificou no segundo trimestre, após o tarifaço anunciado pelo republicano. Recentemente, os países chegaram a acordos para reduzir as taxas.

Em 11 de agosto, o Ministério do Comércio da China anunciou a suspensão temporária de tarifas adicionais sobre produtos dos EUA. A medida, válida por 90 dias, foi adotada após Trump assinar uma ordem executiva que estende a trégua tarifária entre os dois países.

Em comunicado, o governo chinês afirmou que as tarifas de 10% atualmente aplicadas sobre produtos norte-americanos serão mantidas durante esse período.

O acordo entre os dois países

Em 12 de maio, EUA e China concordaram em reduzir temporariamente as chamadas “tarifas recíprocas” por um período de 90 dias.

  • As tarifas aplicadas pelos EUA sobre importações chinesas caíram de 145% para 30%.
  • As taxas impostas pela China sobre produtos americanos foram reduzidas de 125% para 10%.

Cerca de duas semanas depois, porém, Trump acusou a China de violar o acordo em publicação nas redes sociais. “A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, violou totalmente seu acordo conosco”, escreveu.

Em resposta ao presidente norte-americano, a China pediu que os EUA acabem com as “restrições discriminatórias” contra Pequim e que os dois lados “mantenham conjuntamente o consenso alcançado nas negociações de alto nível em Genebra”.

Desde que anunciou seu tarifaço — com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA e ter poder de barganha em negociações geopolíticas —, o republicano enfrenta críticas, inclusive de aliados. O embate com o governo chinês agravou ainda mais a situação.

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