“Hoje, a violência e a destruição chegam ao fim e toda a região começa um novo capítulo de esperança e oportunidade, harmonia, prosperidade e paz”, declarou o Presidente Donald Trump ao lado dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países, acrescentando que “este é um dia maravilhoso”.
A República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda assinaram hoje, em Washington, um acordo mediado pelos Estados Unidos da América que pretende cessar conflitos no leste desta nação vizinha de Angola, que duram há décadas.
Para o Presidente norte-americano, Donald Trump, a assinatura deste documento marca “um grande dia para o mundo”.
O acordo de paz baseia-se numa declaração de princípios acordada entre os dois países em abril e inclui disposições sobre “o respeito pela integridade territorial e a cessação das hostilidades” no leste da RDCongo, na sequência da ofensiva liderada pelo grupo Movimento 23 de Março (M23).
A declaração foi formalmente assinada hoje numa cerimónia em Washington, na presença do Secretário de Estado norte-americano Marco Rubio e dos seus homólogos da RDC e do Ruanda, Thérèse Kayikwamba Wagner e Olivier Nduhungirehe.
Rubio declarou que este acordo marca “um momento importante após 30 anos de guerra” no leste da RDCongo.
“Este é um momento importante após trinta anos de guerra”, declarou o chefe da diplomacia americana, acrescentando, no entanto, que ainda há “muito a fazer”.
“A primeira coisa a fazer é começar a implementar o conceito de operações para neutralizar as FDLR (Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda), que será acompanhado por um levantamento das medidas defensivas do Ruanda”, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda na cerimónia.
O acordo “baseia-se no compromisso assumido aqui de pôr um fim irreversível e verificável ao apoio do Estado (congolês) às FDLR e às milícias associadas”, acrescentou.
No entanto, o acordo não aborda explicitamente as conquistas territoriais do M23.
O acordo inclui também disposições sobre a “retirada, o desarmamento e a integração condicional de grupos armados não estatais”, bem como um “mecanismo conjunto de coordenação da segurança”.
O Qatar também tem sido um dos mediadores e, em meados de março, recebeu em Doha o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, e o Presidente da RDCongo, Felix Tshisekedi.
Os dois líderes deverão ser recebidos por Donald Trump na Casa Branca em julho.
Enquanto Washington conduziu as negociações entre os governos ruandês e congolês, o Qatar tratou das negociações entre o governo congolês e o M23.
Sobre os compromissos assumidos pelas duas partes, estes inspiraram-se numa Declaração de Princípios aprovada em abril entre os dois países e que prevê “o respeito pela integridade territorial e o fim das hostilidades” no leste da RDCongo.
Segundo o chefe da diplomacia ruandesa, a RDCongo concordou em cessar todo o apoio aos militantes hutus ligados ao genocídio de 1994.
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