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Tubarão em vias de extinção é visto pela primeira vez desde 2021

O tubarão-anjo, uma das espécies mais raras de tubarão no mundo, foi captado em vídeo a nadar ao longo da costa galesa, no Reino Unido.

 

É a primeira vez que um tubarão-anjo é visto em quatro anos: desde 2021 esta espécie, em vias de extinção, estava desaparecida. Reapareceu por escassos segundos, na Baía de Cardigan, no País de Gales.

Foram as câmaras do Wildlife Trust of South and West Wales (WTSWW), feitas especificamente para monitorizar a biodiversidade marítima da região, que captaram o animal. Na região, não é apenas o tubarão-anjo que se encontra em perigo de extinção devido à atividade humana.

Pode ver o vídeo na nossa galeria acima.

O tubarão-anjo está em vias de extinção

O grande problema, para esta espécie, é a perda dos habitats naturais aliado à pesca comercial, que colocaram o tubarão-anjo na lista vermelha de animais em vias de extinção da União Internacional para Conservação da Natureza. 

Também não ajuda, que o processo de reprodução deste animal seja demorado. No mínimo, demoram oito meses a procriar, mas há registo de algumas espécies de tubarão-anjo (nomeadamente a do País de Gales) que só se reproduzem uma vez a cada dois anos. O número de crias varia. 

Devido à população cada vez menor, o tubarão-anjo é também particularmente vulnerável ao arrasto de fundo – ou seja, ao arrasto de redes de pesca no fundo do mar para apanhar peixe.

Reação do Wildlife Trust of South and West Wales

Em entrevista ao The Guardian a coordenadora da organização, Dr. Sarah Perry, conta que foi um “encontro raro e entusiasmante” dado que não era visto um tubarão-anjo na região desde 2021.

Perry alerta que apesar de a Baía de Cardigan “estar repleta de vida selvagem incrível” estão “ameaçados pela destruição causada pelos níveis industriais de pesca em diversas áreas”.

É por isso, conta, que o “encontro” com o tubarão-anjo vem “numa altura crucial em que o Senned (parlamento estadual em Cardiff, País de Gales) e o governo britânico discutem uma proposta para proibir o arrasto de fundo em zonas marítimas protegidas”.

Parlamento britânico discute medidas de proteção marinhas

Os políticos britânicos há muito dizem que vão tomar medidas concretas para proteger a vida marinha, mas até agora sem grande efeito. Atualmente, cerca de 60% das áreas protegidas têm algum tipo de medidas de proteção contra práticas de pesca nocivas para as espécies que lá habitam, mas não há ainda uma proibição total.

Os grupo ambientais alertam que é urgente uma proteção destas áreas para que espécies como o tubarão-anjo não sejam completamente extintas e desapareçam das águas britânicas.

Neste momento, o País de Gales tem 139 áreas marinhas protegidas. As organizações ambientais alegam que mesmo assim continuam vulneráveis a práticas de pesca que põe em causa a biodiversidade da zona.

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