“Se as negociações se realizarem em Viena, entraremos em contacto com o TPI, em virtude dos nossos acordos de sede de organizações internacionais em Viena para permitir a participação do Presidente Putin”, indicou numa nota o gabinete do chanceler austríaco, o conservador Christian Stocker.
No comunicado, citado pela agência de notícias APA, é referido que “a possível questão da participação em eventuais negociações de paz de pessoas contra as quais existe um mandado de detenção do TPI deve ser previamente esclarecida em consultas com o tribunal”.
Em fevereiro de 2023, a Áustria permitiu a participação de seis delegados russos sujeitos a sanções por parte da União Europeia e dos Estados Unidos numa reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
O Governo austríaco argumentou na altura que, como país que acolhe a sede da OSCE, era obrigado a conceder vistos para que os representantes russos viajassem para Viena, apesar de vários Estados terem solicitado que não lhes fosse permitida a participação.
Na Hungria, a imprensa local avançou também hoje com a possibilidade desta reunião poder ter lugar em Budapeste, de acordo com “fontes oficiais norte-americanas”.
A hipótese de Budapeste também foi mencionada pelo site norte-americano Politico que noticiou hoje que a Casa Branca está a planear uma reunião trilateral (Putin, Zelensky e o Presidente norte-americano Donald Trump) na capital húngara, citando um funcionário próximo da administração Trump que falou sob a condição de anonimato.
Ainda hoje a Suíça admitiu garantir imunidade a Putin caso as conversações de paz tenham lugar em Berna.
O ministro dos Negócios Estrangeiros suíço, Ignazio Cassis, admitiu esta possibilidade durante uma conferência de imprensa na capital suíça com o homólogo italiano, Antonio Tajani.
Em 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra o chefe de Estado russo pelo “rapto de crianças ucranianas” das regiões da Ucrânia, invadida pelas forças de Moscovo, e que foram deportadas para territórios na Rússia.
As declarações de Berna e Viena surgem um dia depois de uma reunião em Washington entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os homólogos ucraniano, Volodymyr Zelensky, francês, Emmanuel Macron, finlandês, Alexander Stubb, e os chefes dos Governos britânico, Keir Starmer, e alemão, Friedrich Merz.
Estiveram ainda presentes na capital federal norte-americana a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
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