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Ucrânia diz que vai intensificar ataques contra alvos militares russos

No sábado, o Presidente russo, Vladimir Putin, reiterou que a Ucrânia tem de reconhecer a soberania russa sobre as povoações ucranianas controladas pela Rússia e declarar formalmente a sua neutralidade, como passos para avançar nas conversações de paz.

 

Na véspera das negociações entre Kyiv e Moscovo, em Istambul, em 02 de junho, a Ucrânia atacou vários aeródromos russos, a milhares de quilómetros das suas fronteiras, depois de contrabandear drones explosivos para a Rússia, numa operação complexa.

Segundo Kyiv, este ataque – uma retaliação dirigida à Força Aérea russa, que ataca a Ucrânia quase diariamente – destruiu ou danificou muitos aviões militares.

Num encontro com jornalistas no sábado, com embargo até hoje, Oleksandr Syrsky disse que estes ataques vão continuar.

“É claro que vamos continuar. Vamos aumentar a escala e a profundidade”, disse, acrescentando que os ataques estavam a revelar-se “eficazes” e especificando que Kyiv só atacaria alvos militares.

“Não nos contentaremos em ficar na defensiva. Porque isso não leva a nada e, em última análise, leva ao facto de estarmos a recuar, a perder homens e território”, acrescentou.

As tropas ucranianas ainda controlam 90 quilómetros quadrados da região russa de Kursk, que Moscovo afirma ter recapturado na totalidade, segundo Syrsky.

“Controlamos cerca de 90 quilómetros quadrados de território no distrito de Gluchkovo, na região russa de Kursk”, declarou o general Syrsky.

O general Oleksandr Sirski também disse que o comprimento da frente aumentou em 200 quilómetros para 1.200 no ano passado.

“Durante o último ano, o comprimento da frente aumentou 200 quilómetros e é agora de cerca de 1.200 quilómetros”, disse, acrescentando que a Rússia está a preparar-se para uma guerra de atrito prolongada.

“Conhecemos as capacidades dos nossos inimigos. Sabemos que, no último ano, recrutaram cerca de 440.000 soldados pagos (…)”, afirmou.

Os comentários de Syrsky surgem num momento em que os esforços diplomáticos para pôr fim à guerra desencadeada pela invasão total da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 estão estagnados.

Entretanto, o ministério da Defesa russo anunciou hoje que as defesas antiaéreas russas abateram no sábado à noite 10 drones ucranianos sobre as regiões russas de Smolensk e Bryansk, bem como um sobre a península da Crimeia, região ucraniana ocupada pela Rússia em 2014.

“Durante a noite passada, entre as 22:30 de 21 de junho e as 02:55 de 22 de junho, os sistemas antimíssil activos abateram um total de 11 drones do tipo aeronave: nove sobre a região de Bryansk, um sobre Smolensk e um sobre a Crimeia”, informou a Defesa na sua parte diária através do seu canal Telegram.

A Ucrânia informou hoje que 18 drones russos foram abatidos no norte do país, matando uma pessoa, de acordo com o relatório diário da força aérea e das autoridades locais.

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