O recente assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, nos Estados Unidos, gerou uma reação controversa entre o público americano. O crime trouxe à tona questões profundas sobre o sistema de saúde do país, amplamente dominado por empresas privadas. Para muitos, o suspeito Luigi Mangione é visto como um símbolo de resistência contra um sistema que frequentemente falha em atender às necessidades básicas de saúde da população. Essa visão levou à criação de campanhas de arrecadação de fundos para a defesa do suspeito, com uma delas já tendo arrecadado US$ 44 mil de um objetivo de 200 mil. No entanto, a plataforma GoFundMe removeu uma das campanhas, enquanto outra continua ativa no site Gifts and Go.
A descrição da campanha de arrecadação enfatiza que não se trata de celebrar a violência, mas de garantir o direito constitucional à defesa legal justa. Para alguns, Mangione é visto como um mártir que agiu em resposta à frustração acumulada com o sistema de saúde, que frequentemente nega atendimento e medicamentos, mesmo para aqueles com planos de saúde. Essa percepção, no entanto, é polêmica e não justifica o crime, segundo as autoridades. O debate sobre a moralidade e a legalidade das ações de Mangione continua a dividir opiniões, refletindo a complexidade das questões sociais e econômicas subjacentes.
O caso também gerou manifestações em Nova York, onde cartazes irônicos foram espalhados com fotos de CEOs de empresas de saúde, sugerindo que poderiam ser os próximos alvos. Essas manifestações destacam a crescente tensão entre a população e as corporações de saúde, que muitos acreditam priorizar o lucro sobre o bem-estar dos pacientes. O governador Josh Shapiro, da Pensilvânia, onde Mangione foi preso, condenou essas manifestações, afirmando que os Estados Unidos “não resolvem suas diferenças com assassinatos a sangue-frio”.