Durante audiência pública em Brasília, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, fez um pedido de socorro e cobrou providências das autoridades brasileiras sobre as invasões de terras no Extremo Sul da Bahia. “Nós não viemos aqui pedir providência só não, viemos pedir socorro”, declarou Miranda durante a sessão realizada na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (28).
Promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), o debate foi motivado por um requerimento da Associação do Agronegócio do Extremo Sul da Bahia (Agronex), conforme informou a Faeb.
Na ocasião, Humberto Miranda falou sobre a atual situação e os impactos econômicos no estado. Segundo ele, o prejuízo estimado ultrapassa R$ 1 bilhão.
“O problema começou nas pequenas propriedades dos nossos produtores rurais, mas adentrou ao comércio, à indústria, aos serviços e ao turismo do nosso estado”, destacou.
Além disso, Miranda aproveitou a ocasião para entregar ao presidente da CAPADR, Evair de Melo, um documento com pontos que a Federação considera prioritários para serem conduzidos pela Comissão.
“Na Bahia, nós já tentamos. Foi colocado tanto pelos produtores quanto pelas lideranças e por nós, da Federação, que todos os ofícios foram enviados às instâncias de governo, mas nada foi feito, a insegurança permanece”, afirmou Miranda.
A Faeb, juntamente com a Agronex, solicita a intervenção urgente dos órgãos competentes para conter as invasões, que, segundo relatos, já somam mais de 50 ocorrências registradas desde novembro de 2022.
Audiência pública
A audiência realizada nesta quarta-feira contou com a presença de 66 parlamentares, incluindo quatro baianos: Charles Fernandes (PSD), Josias Gomes (PT), Leo Prates (PDT) e Roberta Roma (PL).
Após a abertura feita pelo presidente da Comissão, Evair de Melo, o presidente da Agronex, Mateus Bonfim, exibiu vídeos das invasões de terras ocorridas no Extremo Sul da Bahia.
Em seguida, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, fez esclarecimentos sobre a atuação da instituição e concordou quanto à necessidade de regularização fundiária:
“Uma das questões que gera muita tensão é a morosidade da regularização fundiária das terras no sul da Bahia”, afirmou.

Três produtores rurais baianos que tiveram suas propriedades invadidas também puderam se pronunciar. Emerson Souza dos Santos, Caio Souza dos Santos e José Raimundo Marinho Magalhães relataram os momentos de terror que vivenciaram durante as invasões.
Em seu depoimento, Miranda cobrou o cumprimento da Constituição para os que vivem no campo. “Num país onde hoje se prega a igualdade e a inclusão, os produtores rurais vivem o oposto. Vimos aqui o apelo dos produtores, que ligam para a polícia quando têm suas propriedades invadidas e ouvem que não se pode fazer nada. Queremos que, conforme prevê a Constituição, todos os brasileiros tenham os mesmos direitos”, concluiu.
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