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Zelensky adverte “ayatollah Putin” para situação do regime iraniano

“Hoje, os russos declararam mais uma vez, de forma aberta e absolutamente cínica, que ‘não estão com disposição’ para um cessar-fogo. A Rússia quer estar em guerra, inclusive brandindo algumas ameaças”, destacou Zelensky, durante o seu discurso noturno diário.

 

O governante ucraniano referiu-se ainda ao homólogo russo como o “ayatollah Putin”, numa referência aos lideres da República Islâmica, sublinhando que o líder do Kremlin (presidência russa) pode “contar com os seus amigos no Irão para ver onde estes regimes vão parar e até que ponto estão a levar os seus países ao declínio”.

Também o chefe da diplomacia ucraniana acusou hoje Vladimir Putin de demonstrar desprezo pelo processo de paz, ao sugerir que Moscovo poderá tomar novos territórios na Ucrânia, nomeadamente a cidade de Sumy, no nordeste do país.

“As declarações cínicas de Putin demonstram um total desprezo pelos esforços de paz norte-americanos (…). A única forma de obrigar a Rússia a fazer a paz é privá-la do seu sentimento de impunidade”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiga, numa mensagem publicada na rede social X.

O chefe da diplomacia ucraniana reagiu assim às declarações hoje emitidas por Putin, que se disse “muito preocupado” com a possibilidade de uma terceira guerra mundial, devido aos conflitos no Irão e na Ucrânia, reivindicando, ao mesmo tempo, a posse do país vizinho.

“Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (…). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão”, declarou o líder russo no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.

“Declarações cínicas de Putin demonstram total desprezo” pela paz

A Ucrânia acusou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, de demonstrar desprezo pelo processo de paz, ao sugerir que Moscovo poderá tomar novos territórios na Ucrânia, nomeadamente a cidade de Sumy, no nordeste do país.

Lusa | 20:49 – 20/06/2025

Numa intervenção transmitida em direto pela televisão russa, Vladimir Putin comentou que todos estes conflitos exigem não só a atenção do Kremlin, “mas também a procura de soluções, de decisões, de preferência por meios pacíficos”.

Quanto à Ucrânia, o chefe de Estado russo reivindicou a posse de todo o país, que mandou invadir em fevereiro de 2022, num conflito em curso há mais de três anos e que envolveu ajuda militar do Ocidente a Kyiv.

“Já o disse muitas vezes, considero o povo russo e ucraniano o mesmo povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”, defendeu, citando “uma regra antiga” ao moderador do debate: “Onde a bota de um soldado russo pisa, é nosso”.

Mais de três anos após o início da invasão da Ucrânia, a Rússia exige o reconhecimento da sua anexação das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país, e de Zaporijia e Kherson, no sul, além da península da Crimeia, desde 2014.

Moscovo pretende também que Kyiv renuncie aos seus planos de aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e ao reforço das suas capacidades militares, condições recusadas pelas autoridades ucranianas.

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