O ex-presidente Jair Bolsonaro desistiu de conceder uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (21) no Congresso Nacional após ser orientado por seus advogados a não se pronunciar publicamente, para evitar descumprir ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A coletiva estava prevista para acontecer após uma reunião com deputados e senadores da oposição, mas Bolsonaro acatou a recomendação da defesa e se manteve em silêncio. Segundo o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o ex-presidente “gostaria muito de falar com a imprensa, mas, por uma nova ordem de censura do ministro Moraes, preferiu não correr riscos”.
O que disse Bolsonaro sobre a decisão e as investigações?
Apesar de não participar da coletiva, Bolsonaro conversou com jornalistas em outro momento e criticou duramente o STF:
“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação no nosso país. Uma pessoa inocente, é uma covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República”, declarou.
A oposição no Congresso também reagiu. Parlamentares anunciaram que vão interromper o recesso parlamentar, que vai até 31 de julho, para intensificar as articulações contra o STF.
O que a oposição planeja contra Alexandre de Moraes?
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que a prioridade da oposição no Senado será buscar apoio para um processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. A proposta ainda não tem viabilidade concreta, mas será usada como bandeira política por setores aliados ao ex-presidente.
O ministro Alexandre de Moraes reiterou recentemente a proibição de Bolsonaro utilizar redes sociais, incluindo perfis de terceiros, como parte das medidas cautelares aplicadas no contexto das investigações que envolvem o ex-presidente.
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