Um grupo de passageiros brasileiros enfrenta uma série de transtornos em Madri após o cancelamento repetido de um voo da Azul Linhas Aéreas com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O voo AD8755, que deveria ter partido no sábado (11), foi cancelado quatro vezes por problemas técnicos, deixando muitos viajantes sem alimentação e sem hospedagem.
Segundo relatos, os passageiros chegaram a embarcar no sábado, mas, após quase três horas dentro da aeronave, foram informados de que o avião precisaria passar por manutenção. Em seguida, o voo foi cancelado, e a companhia aérea não ofereceu suporte imediato.
Falta de assistência e hotel negado
O advogado Gustavo Luiz de Faria Mársico, de Ribeirão Preto (SP), viajava com a esposa, a oftalmologista Fernanda Mársico, em lua de mel. Ele contou, em entrevista a Agência Estado, que, após o cancelamento, os passageiros ficaram sem informações e sem auxílio.
Com o prolongamento do problema, hotéis passaram a recusar os brasileiros. Um deles chegou a colocar um aviso em inglês informando que passageiros da Azul deveriam retornar ao aeroporto.
Relatos de caos e desamparo
De acordo com Mársico, o grupo enfrentou quatro cancelamentos consecutivos, incluindo o voo remarcado para a 1h30 da terça-feira seguinte. O advogado afirmou que conseguiu, com dificuldade, ser realocado em um voo da Latam para retornar ao Brasil, mas muitos passageiros permaneciam sem previsão de embarque.
“Foi desumano todo o procedimento da companhia aérea. Havia pessoas com mobilidade reduzida, famílias com crianças de colo e gente que ficou mais de 24 horas sem comer”, disse. Ele informou ainda que pretende processar a Azul por danos materiais e morais.
Posicionamento da companhia aérea
Em nota, a Azul confirmou o cancelamento do voo AD8755 devido a questões técnicas. A empresa afirmou que os passageiros estão recebendo assistência conforme previsto pela Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e sendo reacomodados em outros voos.
A companhia acrescentou que lamenta os transtornos e ressaltou que as medidas de manutenção são necessárias para garantir a segurança das operações, considerada prioridade da empresa.
Enquanto aguardavam soluções, passageiros relataram ter passado horas no chão do aeroporto, sem informações precisas. Alguns precisaram emprestar dinheiro ou dividir lanches com outros viajantes diante da falta de suporte.
