O primeiro a ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, confirmou, nesta segunda-feira (9), a veracidade dos depoimentos à Polícia Federal sobre a trama para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a existência de grupos destinados a executar o plano criminoso, o militar confirmou que muitas pessoas levavam ideias ao ex-chefe do Planalto, mas negou a existência de uma organização direta.
“Esses grupos não eram organizados, erram pessoas individualmente que apresentavam suas ideias e se aproximavam do presidente. Não era organizado. Não eram pessoas que iam juntas para falar, era individual. Iam duas, três vezes e depois, às vezes, não apareciam mais. Tinham dos mais conservadores aos mais radicais”, declarou Cid.
O ex-ajudante de ordens confirmou a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os réus de tramar um golpe de Estado no país é verídica, e que ele “presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles”. O militar também negou ter sido coagido e ressaltou que a delação foi voluntária.
Mauro Cid é o primeiro a ser interrogado, pois fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética. Jair Bolsonaro será o sexto, podendo falar entre terça-feira e quarta-feira. As oitivas podem se estender até sexta-feira.
A Primeira Turma iniciou, nesta segunda-feira (9), o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete réus no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. A oitiva coloca, pela primeira vez, no mesmo ambiente, desde o final do governo, o ex-chefe do Planalto e os aliados de sua gestão, que fazem parte do chamado “núcleo crucial” do esquema criminoso. Diante deles, estará o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes.
O ex-ministro Walter Braga Netto não estará presente, porque está preso no Rio de Janeiro e será o único interrogado por videoconferência. A fala será exibida em um telão. O general da reserva terá direito à visita prévia e reservada de seu advogado antes do início do seu depoimento.
O núcleo 1 é chamado de “crucial” na denúncia e abrange a cúpula do governo Bolsonaro. A denúncia aponta o ex-presidente como o líder da organização. Também viraram réus na ação os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, além de Anderson Torres; do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); do ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e do tenente-coronel Mauro Cid.
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