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Julgamento de Bolsonaro no STF: advogados pedem nulidade e negam golpe

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta quarta-feira (3/9) o segundo dia do julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e generais acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão foi dedicada exclusivamente às sustentações orais das defesas, que buscaram afastar acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Durante o programa da Cidinha Campos, na Super Rádio Tupi, Vanilson Oliveira, repórter do Correio Braziliense, detalhou o clima em Brasília neste segundo dia de julgamento.

“Esta quarta-feira foi um dia mais tranquila. A defesa de Bolsonaro afirmou que não há nenhuma prova que o ligue ao golpe, além de criticar a delação de Mauro Cid, alegando que ele mudou de versão várias vezes.”

Os advogados alegaram nulidades processuais, falta de provas e contradições na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O julgamento será retomado na próxima semana, entre os dias 9 e 12 de setembro, quando a Primeira Turma deve iniciar a fase de votos.

Pontos levantados pelas defesas

  • Augusto Heleno: advogado alegou que o general perdeu influência no governo, apresentou caderno com anotações pessoais e criticou excesso de perguntas feitas pelo relator Alexandre de Moraes.
  • Jair Bolsonaro: defesa atacou a delação de Mauro Cid, apontando 16 mudanças de versão, ausência de provas concretas e cerceamento de defesa pelo volume de documentos entregues pela PF.
  • Paulo Sérgio Nogueira: advogado afirmou que o ex-ministro da Defesa tentou evitar medidas golpistas e aconselhou Bolsonaro a reconhecer a derrota nas eleições.
  • Walter Braga Netto: defesa disse que o general é inocente, chamou depoimentos de Cid de “farsa” e contestou acusações de financiamento de ações golpistas.
Créditos: depositphotos.com / celsopupo

O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, classificou o caso como um “julgamento histórico” e disse que não há documento, testemunho ou prova que vincule o ex-presidente à chamada “minuta do golpe” ou aos atos de 8 de janeiro.

Já a defesa de Braga Netto, preso preventivamente desde dezembro de 2024, acusou Mauro Cid de apresentar versões contraditórias e sem comprovação. “Condenar uma pessoa com base em sete versões diferentes não é prova, é uma farsa”, declarou o advogado José Luiz de Oliveira Lima.

A defesa de Paulo Sérgio Nogueira argumentou que o general atuou para preservar a hierarquia militar e evitar rupturas institucionais. Já o advogado de Augusto Heleno questionou a forma como as provas foram reunidas pela Polícia Federal e pediu absolvição.

Próximos passos

O julgamento será retomado em 9 de setembro, com sessões previstas até o dia 12, quando os ministros da Primeira Turma do STF deverão iniciar a votação.

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