A médica Samira Khouri, de 27 anos, revelou as sequelas devastadoras da agressão sofrida em julho, em São Paulo. No dia de seu aniversário, ela foi brutalmente espancada pelo ex-namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia, de 24 anos. Além de múltiplas fraturas no rosto e no crânio, Samira perdeu 50% da visão do olho esquerdo e já não consegue mais sorrir.
Durante entrevista ao Fantástico, a médica relatou que precisou passar por cirurgias de reconstrução, incluindo a inserção de placas de titânio para reparar os ossos quebrados. Ela ainda enfrenta dificuldades de locomoção e de memória.
“Durante as agressões, o Pedro quebrou todas as estruturas que seguram o meu globo ocular, além de vários ossos da minha face, principalmente do lado esquerdo”, revelou.
“Ele queria me desfigurar, deixar uma marca. Eu quero que ele responda pelo que fez, para que não tenha outra chance de me matar”, afirmou.
Como ocorreu a agressão?
Na noite da violência, o casal havia ido a uma balada para comemorar o aniversário da vítima. Após uma discussão motivada por ciúmes, Pedro foi retirado do local pelos seguranças. Samira voltou sozinha ao apartamento, mas pouco depois o ex-namorado chegou enfurecido.
Segundo a vítima, o fisiculturista a atacou com socos que resultaram em uma rachadura no crânio. Mesmo após ela desmaiar, Pedro continuou a agressão por cerca de seis minutos. “Na hora, fiquei com medo. O Pedro me deu um soco, eu caí no chão e não lembro de mais nada”, disse.
Ela acordou no meio da agressão e, para preservar sua vida, resolveu fingir que ainda estava desacordada. “A primeira coisa que eu pensei foi: eu preciso ficar quieta. Se ele fez tudo isso comigo achando que eu tava desmaiada — o que ele vai fazer se ele ver que eu tô acordada? Ele me deu mais uns 12 socos enquanto eu acordei”, contou.
Sequelas físicas e emocionais
Em decorrência do ataque, Samira sofreu:
- Fratura de crânio;
- Fraturas múltiplas na face;
- Perda parcial da visão;
- Dificuldade para sorrir e falar;
- Limitações de mobilidade.
A médica afirmou ter dificuldades para acreditar na brutalidade: “Como alguém que dizia me amar quase me mata no meu aniversário? Isso não é amor”, disse emocionada.
O que diz a Justiça?
Pedro Camilo foi preso em flagrante dirigindo o carro da vítima em Santos. Em audiência de custódia, alegou uso de remédios controlados, anabolizantes e distúrbios alimentares. Ainda assim, a prisão foi convertida em preventiva.
Na decisão, o juiz destacou a “violência exacerbada e brutalidade incomum”, além da covardia e do porte físico do agressor. O fisiculturista responderá por tentativa de feminicídio.
Samira, que atua como médica, passou 12 dias na UTI em estado grave. Hoje segue em recuperação, mas convive com sequelas permanentes. O caso gerou grande repercussão e levanta discussões sobre violência contra a mulher e relacionamentos abusivos.
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